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Eleições do Irã não significaram derrota de Ahmadinejad

Os partidos mais próximos do líder espiritual Ali Khamenei foram os que elegeram mais deputados nas eleições de sexta-feira (2). Pelos dados oficiais, dos 290 assentos do Majlis, o Parlamento Unicameral iraniano, apenas 19 pertencerão aos chamados reformistas. Mas não é certo que o presidente Mahmoud Ahmadinejad fique com uma minoria reduzida no Parlamento.

"A estratégia de Ahmadinejad foi espalhar os seus partidários entre pequenos grupos e evitar que eles declarassem apoio ao presidente", disse Kamal Taheri, um analista próximo ao presidente. "Eu vi muitos desses candidatos 'independentes' no gabinete de Ahmadinejad." O analista Amir Mohebbian, concorda que não se pode falar de derrota irreparável para o presidente: "Ainda não está claro se Ahmadinejad foi duramente golpeado ou não."

Taheri estima que o presidente venha a ter o apoio firme de cerca de 100 dos 310 deputados. Segundo ele, no Parlamento atual, que tem 290 cadeiras, a base do governo é formada por "60 a 80" deputados que "verdadeiramente" apoiam Ahmadinejad. As bancadas do Parlamento iraniano são tradicionalmente móveis. Os apoios flutuam de acordo com negociações e também com os humores do poderoso líder espiritual.

No Irã, as eleições legislativas podem ocorrer em dois turnos. Por isso, dos 290 assentos, um total de 224 estão definidos, mas os demais 66 deverão ser definidos no segundo turno, em abril.

Os candidatos ao Parlamento no Irã devem ter os nomes submetidos ao Conselho Guardião liderado pelo guia supremo. Só depois são autorizadas as candidaturas. Analistas políticos iranianos não sabem informar a quantidade de candidatos que se definem como independentes que foram eleitos e como se comportarão.

Pelo menos 65% dos cerca de 48,2 milhões de eleitores do Irã foram às urnas no dia 2 para escolher entre os 3.454 candidatos. A oposição iraniana, chamada de reformadores, fez campanha pelo boicote às eleições.

Com informações do Estadão e da Agência Brasil