Altamiro Borges debate comunicação no Rio de Janeiro

 Esta semana será marcada pela vinda do presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, ao Rio de Janeiro. O jornalista vem à cidade a convite do DCE Vladimir Herzog (FACHA) e da UJS Carioca para uma série de debates.

altamiro borges

 
Altamiro Borges é militante do Partido Comunista do Brasil, grande referência na luta pela democratização dos meios de comunicação e protagonista na defesa da criação de um Marco Regulatório para as Comunicações no país. Com um debate muito rico sobre a conjuntura comunicacional, o jornalista virá a três grandes instituições de ensino superior do Rio de Janeiro (FACHA, UFF e UNIRIO) para expor seus pontos de vista e dialogar com os estudantes, que serão os futuros comunicadores de nosso país e enfrentarão grandes desafios na construção de um panorama mais democrático.

A conquista almejada por Altamiro Borges e por muitos comunicadores é a regulamentação e a democratização dos meios de comunicação, ou seja, a implementação de uma regulação midiática no Brasil – que já é realidade na maioria dos grandes países do mundo – que possibilite a quebra do monopólio comunicacional vigente, o que permitirá à outras camadas da sociedade a possibilidade de produzir e ter espaço nos meios de comunicação de nosso país. Garantindo que os artistas, produtores, cineastas e profissionais deste ramo tenham chance de expor suas produções nos grandes veículos midiáticos, possibilitando a valorização e a profissionalização destes trabalhadores brasileiros. Ainda há a necessidade de se valorizar a pluralidade cultural e regional do Brasil, o que não é feito nos dias de hoje. É preciso que haja produções regionais, valorizando a identidade do povo local. A sociedade brasileira não precisa acatar um padrão de fala “bem sucedido” na televisão, o padrão Rio-São Paulo. Os sotaques nordestino, nortista, mineiro, sulista podem e devem estar presentes na mídia brasileira. Existem milhares de artistas, jornalistas, comentaristas talentosíssimos em todas as regiões brasileiras, não há necessidade de uma emissora contratar um ator carioca ou paulista para interpretar um personagem com sotaque nordestino. Por quê não valorizar o povo e o artista do nordeste?

Essa regulamentação também visa acabar com ditadura informacional imposta pelos grandes monopólios midiáticos, em que conteúdos e notícias são produzidos e distorcidos ao bel prazer, para favorecer as minorias dominantes, a quem representa a grande mídia brasileira. Além de acabar com a propriedade cruzada, que é a posse de diversos meios de comunicação (Rádio, TV, Jornal, Revista, Internet…) nas mãos de uma mesma empresa, família ou pessoa; isso não é permitido em diversos países ao redor do mundo, pois é anti-democrático e permite, à uma minoria, a concentração de poder e a manipulação de massas.

São questões como essas que permeiam a vida e o brilhante trabalho de comunicadores como Altamiro Borges e, a partir dessa perspectiva, o debate de questões tão importantes com o estudante de comunicação é fundamental. O jornalista chegará ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 8 de março, e seguirá para o debate no Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS) da Universidade Federal Fluminense (UFF), às 14h. Às 19h, Altamiro Borges estará nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), em Botafogo. Na sexta-feira (9), às 12h, os estudantes da UniRio receberão o convidado no Centro de Ciências Jurídicas e Políticas (CCJP), na Urca.

Sede do Barão de Itararé

O Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé completa dois anos em maio de 2012 e já se consolidou como referência no movimento de oposição ao monopólio da grande mídia e é protagonista na luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil.
O Centro alcançou uma importante conquista, agora possui uma sede própria, localizada na capital paulista. Altamiro Borges, presidente da entidade, destacou a importância de o Barão ter uma casa: “Agora o Barão vira ponto de encontro e espaço de formação do pessoal que luta pela democratização da comunicação”. O local, que também abrigará a Associação Nacional pela Inclusão Digital (Anid), conta com auditório para 60 pessoas e sala para videoconferências. “Teremos um calendário de cursos e palestras. Antes, dependíamos de parceiros, como o sindicato dos engenheiros ou o dos jornalistas, que nos cediam espaço para as atividades”, afirma o jornalista comunista.
Mais de 70 convidados prestigiaram o evento. Dentre eles, José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil; Renato Rabelo, presidente do PCdoB; Rosane Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); Sérgio Amadeu, professor e militante do Software Livre, além do jornalista Paulo Henrique Amorim. Representando os movimentos sociais, Eduardo Navarro, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Igor Felipe, do MST e Leonardo Severo, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também estiveram presentes, entre outros.


Confira as informações dos debates
:

08/03 – 14h: A Revolução será tuitada? As redes sociais e o fim do monopólio da mídia (IACS-UFF)

08/03 – 19h: Mídia e Movimentos Sociais: O Papel das Comunicações Alternativas na disputa de Hegemonia. (FACHA-Botafogo)

09/03 – 12h: Democratizar a comunicação para democratizar o Brasil (CCJP-UNIRIO)

*Por Bruno Ferrari