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Cuba denuncia exclusão da Cúpula das Américas: "Inaceitável"

Cuba qualificou nesta quinta-feira (8) como inaceitável e injustificável a postura dos Estados Unidos de excluir a ilha da próxima Cúpula das Américas, posição que reflete a tradicional hostilidade da Casa Branca contra a Ilha.

Por Waldo Mendiluza, na Prensa Latina

"Não houve nenhuma surpresa, essa foi a crônica de uma exclusão anunciada… os Estados Unidos, com seu desprezo e arrogância, ofende a Pátria Grande", afirmou, em coletiva de imprensa, o chanceler cubano Bruno Rodríguez a propósito do foro continental, que será realizado em Cartagena, na Colombia, no mês de abril.

Rodríguez explicou a jornalistas cubanos e estrangeiros que mesmo antes do início das consultas por parte da Colômbia sobre a participação de Havana na Cúpula, a administração americana já havia decretado sua ausência.

O chanceler considerou o empenho de Washington em marginalizar a ilha parte de uma política de isolamento que tem, entre suas expressões, o bloqueio econômico, comercial e financeiro aplicado há mais de 50 anos; cerco que qualificou como "genocida e criminoso".

Ao mesmo tempo, o funcionário cubano afirmou que seu país não reclama por presença na chamada Cúpula das Américas.

Rodríguez lembra que as tais cúpulas tiveram início em 1994, em Miami, lançadas pelo então presidente dos Estados Unidos William (Bill) Clinton, como um mecanismo de "anexação econômica" da América Latina, expressado por meio do Tratado de Livre Comércio das Américas (Alca), proposta derrotada em 2005 no encontro de Mar del Plata.

De acordo com Rodríguez, enquanto se celebrar o foro, previsto de 14 a 15 de abril, os cubanos estarão comemorando a vitória da Baía dos Porcos. "Estaremos aqui, confiantes e serenos, comemorando a epopeia da Praia Girón", disse, em alusão à derrota de 1961 de uma invasão mercenária preparada e financiada por Washington.

Na coletiva de imprensa, o chanceler cubano agradeceu as gestões do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que na véspera, em Havana, abordou o tema com o chefe de Estado Raúl Castro.

"Santos nos disse, de forma cordial e respeitosa, que não conseguiu o consenso para convidar Cuba a participar da Cúpula", afirmou.

Rodríguez assinalou, além disso, que os países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) prosseguirão à situação criada a partir da exclusão promovida pelos Estados Unidos.

Há duas semanas, o Conselho Político da Alba defendeu a presença da ilha no fóro continental, sobre o qual Cuba afirmou que, ao ser convidada em igualdade de condições, participaria com seu tradicional respeito e apego à verdade.

Fonte: Prensa Latina