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Rússia acusa EUA de renovarem ameaças de guerra contra o Irã

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, reiterou ameaças de atacar o Irã antes do ano terminar em uma recente conversa com o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, comentou nesta quarta-feira o jornal moscovita Kommersant.

"Essa ação estadunidense contra o Irã ocorrerá neste mesmo ano, pois os israelenses estão chantageando o presidente Barack Obama", assinalou no anonimato um diplomata citado pela publicação russa.

Colocaram Obama em uma posição interessante: ou apoia a ação bélica ou perde a sustentação do lobby judeu", destaca a fonte do Kommersant.

Segundo o jornal russo, o diplomata indicou que Washington deseja que a Rússia transmita ao Irã a necessidade de aproveitar uma suposta "última possibilidade", ainda que Moscou em todo momento recuse o emprego da força contra o país persa.

Em abril devem ocorrer novas negociações do Irã com o sexteto mediador (Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Alemanha) para obter mais respostas sobre a natureza do programa de energia nuclear da República Islâmica.

Teerã denuncia que o Ocidente fabricou um argumento falso em torno do seu programa atômico, ao mesmo tempo que defende seu caráter pacífico e o direito de produzir combustível para suas centrais nucleares.

Meios de imprensa russos recordam que Israel possui cerca de 200 ogivas nucleares, mas se nega a assinar o Tratado de Não Proliferação Nuclear e impede a declaração do Oriente Médio como zona livre de armas de destruição em massa.

Por sua vez, o vice-ministro de Relações Exteriores, Serguei Riabkov, ao comentar o suposto ultimato, criticou esse tipo de prática e considerou pouco profissional o emprego dessa linguagem na diplomacia.

"Não existe nenhuma última oportunidade, pois se trata de um caso de vontade política e Rússia tem todas as possibilidades para acelerar essa tendência", apontou.

Riabkov estimou que o caráter negativo da questão foi criado de forma artificial e tudo o que promove o emprego da força deve ser contido e deve se realizar mais esforços por uma saída diplomática.

"A guerra não resolverá nada os problemas e criará um milhão de outros novos", advertiu.

Fontes do jornal conservador russo assinalaram que o governo do país prepara as condições para lidar com uma onda de refugiados, em caso de um ataque ao Irã e à reativação de conflitos regionais como o de Nagorni-Karabakh, região disputada por Armênia e Azerbaijão desde o fim da União Soviética.

Com informações da Prensa Latina