No esporte, a vida pode começar aos 70
Nesta sexta-feira (16), dia em que o governo divulga a intenção de criar uma Secretaria Nacional do Idoso, é importante destacar que ficar mais velho não é só acumular anos, mas novas experiências, como a de Lahiry Romero, que aprendeu a nadar aos 72 e, hoje, aos 85, já tem mais de 200 medalhas e troféus. As aulas de natação viraram treinos que alçaram Lahiry ao grupo das dez melhores equipes da Federação Internacional de Natação (Fina).
Por Christiane Marcondes*
Publicado 16/03/2012 17:19
Andrey Bastos, jornalista e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, conheceu Lahiry e conta o encontro: “Tendo aprendido a nadar há apenas nove anos, ela ocupa o terceiro lugar no ranking brasileiro da sua categoria, já quebrou recorde nacional e ganhou cerca de 200 medalhas e troféus. Para conseguir tudo isso, é claro que Lahiry treina quase todos os dias, faz musculação e cuida da alimentação, embora não dispense o chopinho no fim de semana, pois ninguém é de ferro. O bom humor de quem está sempre de bem com a vida é a marca registrada dessa atleta”.
Ser campeã nunca foi ambição de Lahiry, mas ela já flertava com o esporte há muitos anos, participando de aulas de ginásticas no Tijuca Tênis Clube. A nadadora sempre identificou prática esportiva com independência, e esta á uma de suas motivações para os exercícios; outra, é o fato de ela não conseguir ficar parada. “Tenho que ocupar meu tempo, sempre me envolver em alguma coisa”, afirma.
Outro exemplo de mulher que venceu barreiras da idade e continua na ativa é Maria Lenk, também atleta do natação. A veterana já participou de competições com a novata, Lahiry, o que é motivo de imenso orgulho para a segunda, afinal, Maria Lenk foi a primeira nadadora brasileira a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos e a estabelecer um recorde mundial.
Para vencer os próprios limites e nunca desanimar, o apoio da família foi fundamental, revela Lahiry. Ela conta com a cumplicidade da filha, também nadadora, para participar das competições: “É ela que me inscreve, eu só tenho que comparecer no dia e hora em que for escalada”.
Em novembro do último ano, a atleta foi medalhista de bronze na prova dos 50m costas no Pan-Americano Master, competição que reuniu mais de 2,6 mil atletas da categoria.
“O esporte para mim é um compromisso. Nunca me atraso para uma aula. No esporte a gente sente vontade de viver, de se comunicar e conhecer pessoas. Trouxe tudo de melhor para a minha vida”, completa Lahiry.
* com informações de Paula Braga, do Ascom – Ministério do Esporte, e do site Arrastão