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Violência contra moradores de rua mobiliza governo federal 

A banalização da vida das pessoas em situação de rua demonstra que toda a sociedade deve tomar posição em defesa dos direitos dessa parte da população. A declaração foi feita em nota oficial do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua diante dos casos recentes de violência praticados contra moradores de rua em Brasília e no Mato Grosso do Sul.

“Não podemos nos calar diante de tamanha barbárie, sobretudo porque tais crimes aproximam-se de práticas de grupos de extermínio, para os quais a vida humana não tem qualquer valor”, diz a nota, que exige “que os agentes desses atos bárbaros sejam responsabilizados pelos crimes que cometeram”.

A Secretaria de Direitos Humanos (SDH), da qual faz parte o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua, propõe “uma forte interação na construção de um Pacto Federativo em torno da Política Nacional para esse segmento da população. Somente a atuação conjunta dos entes federativos será suficiente para proteger a vida e a dignidade das pessoas”.

E explica que a existência de leis e regramentos, por si só, não são suficientes para garantir no dia a dia a proteção integral dos cidadãos. “É urgente a necessidade de recuperar a prática do respeito aos direitos humanos, da valorização da vida e da solidariedade. E dizer não a qualquer tipo de violência ou truculência contra qualquer cidadão brasileiro. As pessoas em situação de rua são detentores de seus direitos humanos, como todas as demais pessoas, e o fato de estarem nas ruas não configura a renúncia de tais direitos”.

Um dos casos recentes de agressão e assassinato a morador de rua aconteceu no Distrito Federal, onde um grupo de jovens ateou fogo a dois moradores de rua, matando um deles e ferindo outro gravemente, ainda com risco de vida. Ocorrido no final de fevereiro, o crime brutal foi executado friamente, depois de uma tentativa fracassada do mesmo grupo de queimar as vítimas e apesar da mobilização da vizinhança, assustada.

Os criminosos haviam recebido R$100 de um comerciante para eliminar os dois moradores que habitualmente dormiam em uma área pública próxima ao seu negócio.

No último sábado (10), uma tentativa de assassinado com a mesma crueldade ocorreu em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde um morador de rua foi amarrado a uma árvore e teve 40% do corpo queimados. E de novo em Brasília, dois moradores que se abrigavam sob árvores em Tabatinga foram mortos a tiros.

De Brasília
Com informações da SDH