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Instituições econômicas suspendem repasses financeiros para Mali

O Banco Mundial e o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) anunciaram nesta quinta-feira (23) que suspenderão os repasses financeiros para o Mali, depois do golpe de Estado promovido por militares na quarta-feira (22). Pelos dados iniciais, pelo menos três pessoas morreram e 40 ficaram feridas em decorrência dos confrontos entre simpatizantes do governo deposto e dos militares. O Brasil e a comunidade internacional demonstraram preocupação com o golpe.

Amadou Sanogo (esquerda) fala com soldados no campo militar Kati; o militar coordena o movimento que derrubou
o presidente Amadou Toumani Toure/ Foto: Habibou Kouyate/AFP

Em comunicado, as duas instituições financeiras informaram sobre a suspensão dos repasses exceto para a ações de assistência emergencial. De acordo com o Banco Mundial, a decisão será mantida até o fim da crise no país.

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Na quarta-feira (22) militares do Mali, que se definem como integrantes da Comissão Nacional para o Estabelecimento da Democracia, tomaram o poder em Bamako, após várias horas de combates com a guarda presidencial de Mamadou Toumani Touré. O presidente, segundo informações não oficiais, está em um local isolado, mas passa bem.

Os militares decretaram a dissolução de todas as instituições e um recolher obrigatório das 18h às 6h, fecharam as fronteiras do país e pediram aos funcionários que regressem ao trabalho na próxima terça-feira (27).

Com pouco mais de 12 milhões de habitantes, Mali mantinha um regime denominado semipresidencialista. O presidente era Amadou Toumani Touré e o primeiro-ministro Cissé Mariam Kaïdama Sidibé. Mali conseguiu sua independência da França em 1960.

Comunidade internacional rechaça Golpe

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou nesta quarta (22) que os pouco mais de 30 brasileiros que estão no Mali não correm riscos e são mantidos em segurança. Porém, expressou preocupação com os efeitos do golpe de Estado. “O governo brasileiro acompanha com preocupação os acontecimentos em curso no Mali, que levaram à ruptura da ordem constitucional naquele país”, diz o comunicado.

O ministro angolano de Relações Exteriores, Chicoty, que realiza uma visita oficial a França, por convite de seu homólogo, Alain Juppé, disse que Angola rechaça o golpe de Estado como via para chegar ao poder. Considerou, nesse sentido, que se deve fazer um esforço para que os regimes políticos na África passem pela via democrática e consolidem a estabilidade e desenvolvimento do continente.

No meio de uma generalizada rejeição da comunidade internacional ao golpe militar em Mali, o porta-voz dos amotinados, tenente Amadou Konaré, manifestou que a ação se justifica pela incapacidade do governo para resolver a crise no norte desse território.

Segundo fontes humanitárias, os combates provocaram a deslocação desse território a mais de 100 mil malineses, muitos dos quais emigram para estados vizinhos como Mauritânia, Argélia, Níger e Burkina Faso, entre outros.

Fonte: Com informações da Agência Brasil e da Prensa Latina

* Alterado às 10h para acréscimo de informações