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Península coreana: Cúpula em meio a mais tensões

As tensões na Península Coreana tendem a aumentar diante da insistência da Coreia do Sul de que a Coreia do Norte desista de seu anunciado lançamento de um satélite de observação da Terra, projeto defendido por Pyongyang como direito legítimo.

Tudo isso ocorre a poucos dias do início em Seul de uma reunião de cúpula sobre segurança nuclear, denunciada pela República Popular Democrática da Coreia (RPDC) como reforço da campanha contra esse país.

Segundo se informa, o objetivo fundamental da reunião de dois dias a partir da próxima segunda-feira (26) é evitar que os materiais nucleares cheguem a grupos terroristas.

Mas pouco a pouco os organizadores outros transformaram o citado satélite em um tema importante, embora se anuncie que será abordado em encontros do presidente anfitrião, Lee Myung-bak, com vários homólogos, incluído o dos Estados Unidos, Barack Obama, e até o secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon.

O chanceler Kim Sung-hwan confirmou isto na quinta-feira (22) para a imprensa : espera-se que os chefes de Estado discutam o que é necessário fazer para deter o lançamento do satélite "Kwangmyongsong-3", previsto para entre 12 e 16 de abril por motivo do centenário do nascimento do fundador da Coreia Democrática, Kim Il Sung, no dia 15 de abril.

Pyongyang afirma que as autoridades da Coreia do Sul pretendem aproveitar esse foro como espaço de enfrentamento ao recordar que a desnuclearização da península abrange toda a sua extensão geográfica.

Também adverte que nesse contexto, o "problema nuclear norte-coreano não existe nem há motivo para levá-lo à cúpula", entretanto qualquer provocação será tomada como declaração de guerra e suas consequências complicarão seriamente os debates sobre o mencionado tema.

Neese proceeso, estancado desde finais de 2008 e conhecido como conversações de seis partes, participam também Estados Unidos, Rússia, Japão e China, país anfitrião.

A TRepública Popular Democrática da Coreia (RPDC) insistiu na última segunda-feira (19) em que essa missão nada tem a ver com um recente acordo alcançado com Washington, mediante o qual decidiu suspender temporariamente, enquanto se desenvolva um diálogo frutífero, as provas nucleares, o lançamento de mísseis de longo alcance e o enriquecimento de urânio no complexo de Nyongbyon.

A isso se soma a autorização ao Organismo Internacional de Energia Atômica para que verifique essa última medida.

De acordo com declarações oficiais, Pyongyang comunicou a todos os organismos internacionais pertinentes a informação necessária em correspondência com as normas estabelecidas e anunciou que serão convidados especialistas e jornalistas de vários países a presenciar o lançamento do satélite.

Precisou também que o lançamento de um satélite artificial de usos práticos e de um míssil de longo alcance são temas separados, ao perguntar como se pode explicar a colocação em órbita de mais de 100 aparatos espaciais, como média anual no mundo, mediante o emprego de foguetes portadores. Com estes antecedentes começará a cúpula de Seul, da qual pouco surpreenderia se deixar mais preocupação do que alívio entre seus participantes e a região.

E sobretudo uma maior deterioração nas relações entre as Coreias em detrimento da necessária paz e estabilidade na península.

Luis Melian, em Prensa Latina