Acuado por denúncias, Demóstenes Torres deixa liderança do DEM
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pediu afastamento da liderança do DEM no Senado, na tarde desta terça (27), em carta enviada ao presidente nacional da legenda, José Agripino Maia (RN). Acuado pelas denúncias de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira – preso recentemente pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal – Demóstenes diz na carta que se afasta para acompanhar "a evolução dos fatos noticiados".
Publicado 27/03/2012 16:10
Carlinhos Cachoeira foi preso acusado de chefiar uma quadrilha de exploração de jogos ilegais. Reportagens publicadas na imprensa apontam que Demóstenes se comunicava frequentemente com ele por meio de um telefone habilitado nos Estados Unidos, para evitar grampos.
Há denúncias de que o senador teria recebido dinheiro proveniente do jogo do bicho. Nas interceptações feitas pela Polícia Federal, Demóstenes teria pedido para Cachoeira pagar uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil. Em outra gravação, o senador teria feito “confidências” ao bicheiro sobre o resultado de reuniões reservadas que teve com autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
Em meio às acusações, Demóstenes confirmou apenas que havia recebido presentes de casamento – uma geladeira e um fogão importados – de Cachoeira.
“A fim de que possa acompanhar a evolução dos fatos noticiados no últimos dias, comunico a Vossa Excelência meu afastamento da Liderança do Democratas no Senado Federal”, disse o senador, na correspondência que pede o afastamento da liderença.
Mais cedo, o presidente do DEM, Agripino Maia havia dito que o partido estaria desconfortável com as denúncias e poderia expulsar da sigla Demóstenes, caso a Procuradoria Geral da República (PGR) apresente denúncias com "elementos fortes e claros" contra ele. "Dependendo das gravidades e qualidades da denúncia, (…) o partido já tem atuação pretérita em cima de fatos como esses que estão mencionados", disse.
O corregedor do Senado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), enviou pedido de informações ao Ministério Público para saber se há envolvimento de Demóstenes no esquema de corrupção investigado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Depois dessas informações, Vital do Rêgo definirá se o caso será remetido ao Conselho de Ética da Casa.
Com agências