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João Batista Drummond: ação pede retificação de óbito

Nesta quinta-feira (29), a ação movida pela esposa e as duas filhas de João Batista Franco Drummond, preso político torturado até a morte no episódio conhecido como “a chacina da Lapa”, em 1976, terá uma audiência de instrução e julgamento às 14 horas, no 22º andar, sala 2217 do Fórum da Praça João Mendes, em São Paulo.

A versão oficial do Comando Militar para a morte de Drummond é a de que “ele foi atropelado na fuga, precisamente na avenida 9 de Julho com a rua Paim”. A viúva e filhas do dirigente do PCdoB querem que a Justiça faça a retificação do assento de óbito “com o objetivo único e exclusivo de ver restaurada a verdade”.

O advogado Egmar José de Oliveira, responsável pela ação e vice-presidente da Comissão de Anistia, diz que líderes do PCdoB, que também foram presos com Drummond, serão ouvidos na audiência, entre eles, Haroldo Lima e Aldo Arantes. Também devem comparecer Wladimir Pomar, o ex-ministro Nilmário Miranda (relator do processo de Drummond na Comissão de Mortos e Desaparecidos) e Paulo Abrão, presidente da Comissão da Anistia.

Oliveira afirma que “esse é o primeiro processo judicial em que uma família de desaparecido político requer a retificação do óbito”.

A "chacina da Lapa", que completa neste ano 35 anos, “foi chefiada pelo coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra e contou ao todo com 10 viaturas do Exército e 40 militares e policiais, todos fortemente armados de revolveres, carabinas e metralhadoras”, segundo consta nos autos do processo.

O advogado Egmar de Oliveira está confiante, afirma que “as provas apresentadas são incontestáveis”.