ALERS sedia encontro sobre direitos humanos e ditaduras

Líder do PCdoB no Legislativo, Raul Carrion participou de encontro que reuniu parlamentares e autoridades da América Latina.

seminarioverdadeditadura - marco couto/al

O 5º Encontro Latinoamericano Memória, Verdade e Justiça – Cumprir com a Verdade iniciou-se nesta sexta-feira (30) no Plenarinho da Assembleia Legislativa. O evento é promovido pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa, em conjunto com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), e prossegue no final de semana. 

A solenidade de abertura contou com a presença do presidente do Parlamento Gaúcho, deputado Alexandre Postal (PMDB); do governador em exercício, Beto Grill; de Jair Krischke, coordenador do MJDH/RS,  de parlamentares brasileiros e de diversos países da América do Sul, além de representantes de entidades interessadas e comprometidas com o tema em debate.

Carrion, representando a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, fez uma análise sobre os regimes de exceção da América Latina nas décadas de 60, 70 e início da década 80. Carrion argumentou que a simultaneidade dos regimes de exceção na América Latina não foram coincidência, mas sim parte de uma política intervencionista dos Estados Unidos para a região. “Através da luta dos povos foi possível a volta da democracia”, registrou. O deputado comunista avaliou ainda que a anistia no Brasil se deu quando o país ainda estava sobre o comando militar e, portanto, não teria nascido de um pacto democrático, mas de uma imposição. "Por isso se discute hoje o alcance desta anistia, dos crimes imprescritíveis e o problema do Araguaia", enfatizou, defendendo a completa elucidação de arbítrios e crimes cometidos durante o governo militar no Brasil.

Jair Krischke informou que o encontro já foi realizado na Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia. Na Argentina, foi feita uma reflexão sobre a Operação Condor. No Uruguai as discussões foram sobre a tortura como crime imprescritível. No Chile o tema foi a transição, e na Bolívia houve um debate sobre o resgate histórico dos acontecimentos da época. “Aqui, hoje, nos reunimos em busca de refletirmos sobre como resgatar a verdade; e cumprir a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos que condenou o Brasil pela questão do Araguaia”, lembrou. Krischke destacou que o Uruguai também foi condenado e aceitou sua sentença, com o governo reconhecendo a responsabilidade pelos crimes cometidos.

O governador em exercício do RS, Beto Grill, afirmou que tudo o que ocorreu na segunda metade do século 20 na América do Sul, com a instalação de diversas ditaduras, representou mais um capítulo de uma longa história de colonialismo e dominação imposta por países hegemônicos.

Também participaram da cerimônia de abertura os deputados Raul Pont (PT) e Adão Villaverde (PT), os cônsules da Argentina, Julio Alberto Oleta, e do Chile, William Patrickson Prada, o vice-cônsul do Paraguai, Umberto Rodriguez, a procuradora do Ministério Público do Uruguai, Maria Tellechea Rech, o deputado argentino Hugo Gutierrez, além de representantes do Ministério Público do Rio Grande do Sul, OAB-RS, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre outras entidades.

Isabela Soares,
Com informações Ag.ALERS