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Deputados médicos repercutem denúncia de Flávio Dino

Os deputados João Ananias e Jandira Feghali, ambos médicos e do PCdoB, repercutiram, em discursos no plenário da Câmara, esta semana, a entrevista do ex-deputado e atual Presidente da Embratur, Flávio Dino, na revista Época. Na entrevista, Flávio Dino registra sua indignação com o atendimento médico recebido e que culminou com a morte de seu filho Marcelo, de 13 anos, no último dia 14 de fevereiro.

Jandira disse que usava a tribuna da Casa, “para amplificar, repercutir e, ao mesmo tempo, buscar o compromisso desta Casa ao apelo que ele faz naquela entrevista”. Flávio Dino afirma que Marcelo foi uma vítima indefesa de um sistema desumano e ganancioso. Diz que até hoje o hospital não respondeu a várias indagações e que aguardará o desfecho das investigações, mas que foi, sem dúvida, uma sequência de má conduta.

Marcelo Dino foi internado no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, vítima de uma crise aguda de asma. No dia seguinte, acordou bem, fez uso de medicação prescrita, e pouco tempo depois veio a falecer.

A parlamentar fez coro a fala do colega João Ananias, que também se manifestou sobre o assunto, cobrando do Congresso Nacional uma posição “para que a lei avance ao olhar para a atual desumanidade e quase impenetrabilidade do sistema privado de saúde”.

Na entrevista, Flávio Dino cobra que, da mesma forma que a rede privada de educação é submetida a avaliações pelo poder público, que o mesmo se dê com a rede privada de saúde. Para ele, no caso de erros, e até mesmo de crimes, deve haver regras específicas.

Ele afirma que já passou da hora de se instituir um sistema de avaliação de qualidade, conduzido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que os consumidores possam saber, efetivamente, o tipo e a qualidade de serviços oferecidos pelos hospitais privados.

“A batalha que nosso companheiro Flávio Dino está travando é digna de registro e de aplauso, uma batalha por justiça, uma batalha para que os milhões de brasileiros que utilizam a rede privada de saúde tenham o amparo do Poder Público para a necessária fiscalização dos serviços prestados e a punição rigorosa para os que colocam a vida humana em risco”, conclui Jandira.

De Brasília
Márcia Xavier