Netinho: “Precisamos democratizar o diálogo e a gestão da cidade”

Realidade econômica, desenvolvimento e crescimento deverão estar entre os principais temas em pauta na agenda eleitoral deste ano na capital. Considerando o papel da indústria, do comércio, da construção civil e do setor de serviços na economia de São Paulo, a formulação de um programa de governo que incorpore os anseios dos milhões de trabalhadores da cidade é considerada essencial para o PCdoB e para Netinho.

Em entrevista ao Vermelho, o candidato comunista salientou que em uma cidade que possui 11,5 milhões de habitantes, dos quais a maior parte é de trabalhadores, não se pode pensar em desenvolvimento sem olhar para a luta do trabalhador.

“O contato com os trabalhadores é fundamental para compreender e identificar as demandas por trabalho e renda, saúde do trabalhador e identificar como está a oferta de emprego na cidade. Outro ponto é identificar a distribuição da oferta de emprego nas subprefeituras e nos distritos da cidade e verificar se os diversos grupos e categorias de trabalhadores estão contemplados como as mulheres e os jovens.”

Netinho defendeu que o Estado interceda na criação de políticas de geração de emprego – que busquem o desenvolvimento da cidade de forma igualitária. “É preciso pensar estratégias conjuntas”, reforçou. “O processo de construção deve ser conjunto e participativo com a classe trabalhadora para que seja possível pensar a cidade a partir do sujeito e sua interação com o território, em especial na descentralização das ações e da geração de postos de trabalho.”

Filho de um gráfico, o pré-candidato do PCdoB se diz testemunha da luta do trabalhador na cidade de São Paulo. Ele lembra que a capital ainda é muito desigual, e que “uma das frentes que podem contribuir para superar essa desigualdade é entender a pauta nacional dos trabalhadores, alinhar suas propostas e assim traçar um projeto de desenvolvimento”.

Ainda de acordo com Netinho, é necessário dialogar com os diversos segmentos. “Se pensarmos que a cidade cresceu de forma desigual e que há uma concentração de empresas e serviços nas regiões centrais, pensar soluções para São Paulo exige pactos com diversos setores da sociedade e planejamento a partir das demandas concretas que os trabalhadores apresentam. Para superar as desigualdades, precisamos democratizar o diálogo, as práticas e a gestão da cidade.”

Da Redação,
Mariana Viel