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Devido à crise na Europa, China cresce menos

Depois de aprovar seu Plano de Desenvolvimento Social e Econômico para 2012, a China entra oficialmente numa etapa de novas projeções que em alguns casos chamam a atenção, sobretudo um crescimento do produto interno bruto (PIB) menor em relação à meta de outros anos.
 

Desde seu anúncio no dia 5, a expansão de 7,5% o no citado indicador tornou-se tema de frequentes comentários e até de preocupação para alguns, acostumados a cifras superiores.

Cabe recordar que essa taxa é a menor desde 2005 e inferior em meio ponto percentual à de 2011, ainda que no 12º Plano Quinquenal (2011-15) a meta anual se fixou em 7%.

Realismo e sabedoria explicam a estratégia chinesa para este exercício, depois de registrar níveis de crescimento de 9,2% em 2011 e de 10,4 no ano anterior.

As autoridades estão conscientes do complexo panorama internacional, mais difícil para esta economia pela crise da dívida na Europa, seu principal sócio comercial.

Um dado explica em parte essa situação. O investimento direto dos 27 membros da União Europeia neste país diminuiu 33,3% no primeiro bimestre do ano em relação à igual etapa anterior, ao somar 906 milhões de dólares.

A cifra de 7,5% reconhece-se diferente, mas não é baixa, segundo afirmou o premiê Wen Jiabao em conferência de imprensa ao concluir a sessão anual da Assembleia Popular Nacional na quarta-feira (4).

Especialistas concordam que ainda assim é alta ao compará-la com as de outras grandes economias como a dos Estados Unidos, o bloco europeu e o Japão, ainda com problemas e concentradas na recuperação.

Tudo isso fundamenta o critério de que a economia chinesa enfrenta uma tendência à desaceleração devido ao impacto da mencionada crise e a uma menor demanda do exterior, como explicou Wen na referida ocasião.

Apesar destes fatores, o Fundo Monetário Internacional, entre outras instituições especializadas, prognostica um crescimento da segunda economia do mundo superior a 8% no fechamento de 2012.

Mas a China presta atenção também a outros indicadores como parte de sua estratégia.

No documento que estabelece os objetivos socioeconômicos para este ano se afirma que com a baixa projetada no PIB se procura conseguir um vínculo gradual com os objetivos do 12º Plano Quinquenal.

Crescer  menos para crescer melhor

Além disso, o governo propõe-se a orientar os diversos setores para que concentrem seu trabalho na aceleração da mudança do modelo de desenvolvimento econômico e uma melhora efetiva de sua qualidade e rentabilidade.

Tudo responde ao objetivo de favorecer um desenvolvimento mais duradouro e de maior qualidade, que para além das cifras, beneficiará o meio ambiente e portanto a população.

Essa grande meta apoia-se em outras como a aceleração do avanço da ciência e da tecnologia, a poupança energética e a redução de emissões de gases contaminantes em áreas prioritárias como indústria, transporte, construção, entre outras.

Outra estatística diferente neste ano será a expansão do comércio exterior, que se estima que aumente 10%. Em 2011 as exportações e importações da China aumentaram 22,5%.

Também se prevê que o saldo favorável no intercâmbio de bens e serviços reduzirá, depois de cair 14,5%, até 155,140 bilhões de dólares, no exercício anterior. Em 2010 esse balanço foi de 183,1 bilhões de dólares. Projeções importantes também são a criação de 9 milhões de empregos em 2012 e o controle da alta dos preços ao consumidor em torno de quatro por cento, nível similar ao do ano passado, quando subiram 5,4%.

Ademais, ante o adverso panorama internacional, a China propõe-se ampliar a demanda interna, incluído um aumento do consumo, considerada essencial para um desenvolvimento econômico em longo prazo, estável e sólido.

Todos estes planos devem contribuir à estratégia de continuar avançando na promoção da justiça social.

Para isso também se preveem ações como elevar a despesa em educação a 4% do produto interno bruto, manter os esforços para regular os preços das moradias e aumentar o salário mínimo a fim de que os rendimentos aumentem em correspondência com o crescimento e a produtividade.

As diferenças nesses indicadores contam também a favor da luta contra a pobreza e como suporte da estabilidade.

Fonte: Prensa Latina