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Mali: Junta militar entra em acordo para pôr fim à crise política

A junta militar que governa Mali após o golpe de Estado do dia 22 de março chegou nesta sexta-feira (6), em Bamako, a um acordo com a Cedeao (Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental) para pôr fim à crise política que afeta o país. 

O capitão Amadou Haya Sanogo, que comandou o golpe de Estado no Mali/ Foto: Efe


Segundo este acordo, o chefe da junta militar, o capitão Amadou Haya Sanogo, permanecerá como presidente de Mali, e será designado um primeiro-ministro de consenso que dirigirá um período de transição até a convocação de eleições.

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Assim que Traoré assumir a Presidência, algo que poderia ocorrer nas próximas horas ou nos próximos dias, a junta e Sanogo deixarão o poder, mas não serão processados.

"Fizemos um acordo que permitirá nas próximas horas ou dias constituir de maneira efetiva os organismos previstos na Constituição e que funcionarão de maneira regular", disse à imprensa o ministro de Relações Exteriores de Burkina Fasso, Djibril Bassolé.

O chanceler afirmou que o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara "vai tomar imediatamente as medidas oportunas para suspender as sanções adotadas contra Mali" pela Cedeao, que impôs um embargo à junta para forçá-la a restaurar a antiga ordem constitucional.

Bassolé, que atua como mediador na crise, acrescentou que a Cedeao pediu à junta militar que permita ao presidente deposto, Amadou Toumani Touré, residir em uma casa de sua escolha e que tenha sua segurança garantida.

Segundo o pré-acordo, o presidente da Assembleia Nacional, que assumirá a responsabilidade da chefia de Estado pela Constituição, permanecerá na liderança do país durante 45 dias.

Após esse período, será eleito um primeiro-ministro de consenso que organizará uma transição que levará a eleições, previstas a princípio para o dia 29 de abril, mas que foram canceladas pela junta militar. Entre as prioridades do novo primeiro-ministro estará tentar dar um fim à crise com os independentistas tuaregues no norte de Mali.

Os representantes da Cedeao se reunirão amanhã com os membros da Assembleia Nacional, fechada desde o levante militar.

Quando voltar a funcionar o Parlamento, será redigida uma lei de anistia que incluirá todas as pessoas que participaram do golpe de Estado, outra para legalizar o prolongamento do trabalho da assembleia, uma terceira para a designação de um novo primeiro-ministro e uma quarta para equipar o Exército.

Sobre a situação no norte de Mali, onde rebeldes proclamaram nesta sexta-feira (6) a independência de Azawad, a parte setentrional do país, a Cedeao pediu aos tuaregues que busquem o diálogo e a paz.

Fonte: Efe