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Esquerda espanhola defende construção de 3ª República

O líder da coalizão espanhola Esquerda Unida (IU, por sua sigla em espanhol), Cayo Lara, afirmou neste sábado (14) o compromisso dessa força política com a construção da 3ª República, com o objetivo de conseguir um Estado plenamente democrático.

Lara fez essas declarações no bairro de Vallecas, em Madri, antes de participar de um almoço e atividade popular por motivo do 81º aniversário da proclamação da 2ª República, aquilo que, enfatizou, podia ser e desgraçadamente não foi.

O também deputado da IU se pronunciou por não olhar o passado com nostalgia, senão para o futuro para conseguir a 3ª República em um dia não muito longínquo, para que o poder do povo oriente as leis na Espanha, no lugar dos interesses dos mercados financeiros.

Na sua opinião, a monarquia neste país europeu está sangrando pouco a pouco pelas consequências de seus próprios atos.

Indicou que enquanto o chefe de Estado – cargo que ostenta o rei Juan Carlos – não seja eleito diretamente pelos cidadãos em eleições livres, não existirá uma nação plenamente democrática.

O coordenador federal da terceira força política em votos deste país ibérico recordou que os dois partidos majoritários, o Popular e o Socialista Operário Espanhol, nunca se empenharam na construção de um Estado republicano.

Ressaltou que a IU continuará trabalhando com esse objetivo, porque cada vez mais pessoas aspiram por uma República na Espanha.

Lara denunciou que nenhum governo teve a decência de atuar em nome do Estado para restituir a verdade, a justiça e o reparo das vítimas da Guerra Civil (1936-1939) e da ditadura do general Francisco Franco (1939-1975).

Confiou que em algum dia um governo aprovará esta matéria pendente, e tomará a decisão de buscar e encontrar todos os assassinados enterrados nas diferentes fossas de todo o país para que possam receber sepultura em paz.

Em um manifesto para celebrar a efeméride, a IU destacou que por sua orientação e realizações, a 2ª República significou para amplos setores sociais mais direitos e mais democracia.

No entanto, esse projeto de país mal esboçado foi truncado pelo golpe militar-fascista de 1936, relembrou.

Os 40 anos de ditadura que lhe seguiram desmantelaram essa obra e blindaram no poder uma coalizão de militares, banqueiros e membros da hierarquia eclesiástica, acrescentou o manifesto.

A coalizão de esquerda defendeu um novo projeto de país que ponha no centro de sua política e sua economia a participação ativa e o bem-estar social da maioria, a democracia participativa e os direitos sociais.

Prensa Latina