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Guiné-Bissau: Militares fecham país e dissolvem instituições

Os chefes militares da Guiné-Bissau fecharam o espaço aéreo e marítimo do país, situado na costa oeste da África, e disseram que qualquer violação dessas medidas terá uma “resposta militar”, como informou o comando das Forças Armadas em um comunicado. De acordo com o Tenente Coronel Daba Nah Walna, o golpe resultou do aumento da tensão entre as tropas angolanas da Missang presentes na Guiné e as forças armadas guineenses.

Os militares que tomaram o poder na Guiné-Bissau e líderes da ex-oposição decidiram neste domingo (15/4) "dissolver todas as instituições" e criar um "Conselho Nacional de Transição", anunciou Fernando Vaz, porta-voz dos partidos políticos.

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A medida foi uma resposta a um chamado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que pediu a intervenção de uma força com mandato da ONU na Guiné-Bissau, depois que os militares deram um golpe de Estado na semana passada.

Além disso, houve relatos de que um navio de guerra português estava a caminho da Guiné-Bissau para possivelmente retirar do pais cidadãos portugueses e outros estrangeiros.

O porta-voz dos partidos da oposição guineense, Fernando Vaz, declarou à agência África 21: “somos um país soberano e quem manda nas nossas águas e manda neste país são os guineenses e não os portugueses", concluiu.

O golpe

O golpe de Estado, realizado no dia 12, aconteceu enquanto o país — um dos mais pobres do mundo – se encontrava em pleno processo eleitoral para realizar a segunda rodada das eleições presidenciais fixadas para o dia 29 de abril.

De acordo com Daba Nah Walna, o golpe foi motivado pelo envio de armamento angolano que não estava contemplado pelo acordo de constituição da Missang. “Tentamos saber a razão da chegada do material de guerra e a resposta da Missang foi que estava destinado às nossas forças armadas”.

Ele argumenta ainda que “a presença em Bissau do ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, George Chicoti, e as suspeitas de assinatura de um acordo com o governo angolano que permitia a intervenção da Missang contra os militares guineenses foi a gota de água”.

“Não aceitamos que tropas estrangeiras sejam autorizadas a operar contra os militares nacionais”, disse Nah Walna.

Fernando Vaz ressaltou: "acreditamos nos guineenses e estamos à procura de uma via pacífica e de uma solução para resolver a questão do golpe de Estado".

Para esta segunda-feira (16) é esperada a chegada à capital do país africano de uma delegação da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados de África Ocidental) para buscar uma saída à crise. A Cedeao denunciou o levante e exigiu o retorno à legalidade constitucional.

Da Redação, com agências