Flávio Dino pede à Anvisa supervisão de hospitais particulares

 

 
Acompanhado em peso pela bancada do PCdoB na Câmara e Senado, Flávio Dino teve audiência nesta quarta-feira (18) com o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Raposo de Mello. Dino apresentou nova representação para que Anvisa fiscalize as “jornadas absurdas cumpridas por profissionais de empresas hospitalares”. O presidente da Embratur referia-se ao fato do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), mantido pelo Ministério da Saúde, indicar que alguns médicos declaram trabalhar até 204 horas semanais – portanto, mais que as 168 horas que existem na semana.

 

A médica Izaura Costa Rodrigues, que estava responsável por atender Marcelo Dino na UTI do Hospital Santa Lúcia, quando este veio a falecer, declarou à Polícia Civil estar trabalhando há 23 horas. “Um piloto não pode pilotar um avião por 23 horas, nem um motorista pode levar um ônibus por esse período, mas um médico pode pilotar uma UTI por 23 horas?”, questionou Dino.

 

O diretor da Anvisa afirmou que a representação “nos mobiliza em torno de algo que o sistema vem tratando como normal, mas não o é, que são as mortes totalmente evitáveis em hospitais, públicos e privados”. Raposo se mostrou aberto a pensar novas soluções institucionais para o problema. “Temos de ter consciência profunda desses casos, até para ver o que não tem solução institucional pela Anvisa e que podemos pensar soluções juntamente com o Congresso”, afirmou Raposo.

 

Está marcada para semana que vem audiência na Comissão de Saúde da Câmara para debater formas do governo supervisionar o trabalho dos hospitais privados. Acompanharam Dino, os senadores Inácio Arruda (CE) e Vanessa Graziotin (AM). A líder da bancada, Luciana Santos (PE), acompanhada dos deputados Alice Portugal (BA), Assis Melo (RS), Chico Lopes (CE), Daniel Almeida (BA), Jandira Feghali (RJ), Jô Moraes (MG), João Ananias (CE) e Osmar Júnior (PI).