Deputada defende interdição do hospital Santa Lúcia

Filho de Flávio Dino faleceu no hospital em 14 de fevereiro. Família denuncia negligência.

 
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu nesta terça-feira (24), em audiência pública na Câmara dos Deputados, a interdição do Hospital Santa Lúcia, onde morreu o filho do ex-deputado Flávio Dino, Marcelo, de 13 anos, supostamente por negligência médica. Dino compareceu à sessão que aconteceu na Comissão de Segurança Social e Família e debateu regras para a fiscalização da rede privada de saúde.

Jandira (PCdoB-RJ), autora do requerimento, afirmou que a população não tem a quem recorrer no caso de denúncias e reclamações contra hospitais particulares. Segundo ela, apesar de haver uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho que veda a terceirização em hospitais privados, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde aponta que o Santa Lúcia tem somente 32 funcionários no sistema, enquanto o site do hospital informa que mais de 1.200 profissionais da área de saúde atuam lá.

Sobre a defesa da deputada, a assessoria de imprensa do Hospital Santa Lúcia disse que não vai se pronunciar.

A deputada também denunciou a questão da carga horária, que consta nesse cadastro. Segundo a deputada, há funcionários que informam fazer 204 horas semanais, sendo que a semana tem apenas 168 horas.

George Sanguinetti, médico legista que teria sido contratado pelo Hospital Santa Lúcia, elaborou laudo sobre a morte do jovem em que contesta a perícia feita pelo Instituto Médico Legal (IML) de Brasília, divulgado no início da semana passada.

Em nota, o Hospital Santa Lúcia esclarece que a documentação será encaminhada ao Ministério Público e que não irá se pronunciar até que o processo seja concluído.

Lembre o caso:

No dia 13 de fevereiro, Marcelo Dino, filho do ex-deputado e atual presidente da Embratur, teve uma crise asmática na escola, enquanto praticava atividades esportivas. O estudante deu entrada no Hospital Santa Lúcia por volta de 11h. Marcelo foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica. No dia 14 de fevereiro, ele voltou a ter uma crise e apresentou dificuldade para respirar. Os médicos tentaram reanimá-lo com medicamentos e massagens, mas ele não resistiu.

No mesmo dia, o procurador da República Nicolau Dino, tio do Marcelo, registrou uma ocorrência na 1ª DP (Delegacia de Polícia), denunciando o hospital de negligência.

Fonte: Thalita Borges – R7 / DF