Irã aposta em conversações sobre questão nuclear

O Irã manifestou neste domingo (29) a esperança de que as próximas conversações sobre o tema nuclear com potências mundiais e organismos internacionais marquem o princípio do fim da politização de suas atividades atômicas que, reiterou, têm apenas fins pacíficos.

Em uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo da Armênia, Edward Nalbandian, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, referiu-se às conversações anunciadas para os dias 14 e 15 de maio com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Além da reunião com a AIEA em Viena, as autoridades iranianas ratificaram sua boa disposição para avançar sobre temas espinhosos durante a segunda rodada de diálogos com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha (G5+1), no dia 23 de maio em Bagdá.

Salehi confirmou que Teerã retomará as conversações com essa agência da ONU e o representante permanente de Teerã em Viena, Ali Asghar Soltanieh, precisou que as mesmas servirão para explorar temas técnicos visando a expandir as inspeções das atividades nucleares do país.

"O propósito é continuar as negociações iniciadas no início deste ano […] e provar, uma vez mais, a vontade do Irã de cooperar com a AIEA para confirmar que as exigências [contra Teerã] são infundadas e que seu programa atômico é pacífico", disse Soltanieh.

A entidade especializada no tema nuclear alegou em fevereiro ter uma "séria preocupação" sobre a natureza civil do programa iraniano, uma postura alinhada às alegações dos Estados Unidos e da União Europeia de que o país persa busca fabricar armas nucleares.

Segundo o chanceler da República Islâmica do Irã, o diálogo com o G5+1 em Istambul, no dia 14 de abril, "marcou o início do encerramento do caso nuclear do Irã", cujos servidores públicos já preparam o rascunho de um marco de cooperação prévio à segunda rodada na capital iraquiana.

Depois de definir o encontro com os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França, a Grã-Bretanha e a Alemanha na cidade turca como "exitoso", o titular de Relações Exteriores do Irã afirmou que a reunião em Bagdá "será ainda mais frutífera" e que confia em honrar as expectativas nacionais.

O deputado do Majlis (parlamento), Mohammad Esmail Kowsari, assinalou que uma "demanda chave" do Irã nas conversações de Viena e da capital iraquiana deve ser a de que sejam retiradas as sanções econômicas impostas pela ONU e, a título unilateral, pelos EUA e pela UE.

Segundo Kowsari, outro tema de discussão deve ser o assassinato seletivo de cientistas nucleares iranianos, os crimes cometidos pela monarquia do Barein contra xiitas e o silêncio da comunidade internacional, em particular do Conselho de Segurança da ONU.

O Irã sublinhou seu desejo de que prevaleça uma política de cooperação e diálogo sustentável para solucionar temas complexos, mas deixou clara sua disposição de defender seu direito a desenvolver a energia nuclear pacífica.

Prensa Latina