Hillary pressiona Índia para que deixe de comprar petróleo do Irã

A chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Hillary Clinton, afirmou nesta segunda-feira (7) que, "como parte de suas obrigações com a comunidade internacional, a Índia deveria suspender suas importações de petróleo iraniano".

Em visita à cidade de Kolkata (nordeste do país), Hillary reconheceu a postura soberana da Índia em diversos temas de relevo mundial, mas acrescentou, em aberta pressão, que "um de seus deveres" pendentes é limitar as compras de petróleo do Irã já que "há outros produtores capazes de suprir suas necessidades energéticas", como o Iraque ou a Arábia Saudita, coincidentemente grandes aliados dos Estados Unidos.

Após ressaltar a política de pressão contra o governo iraniano para que abandone sua política nuclear, considerada pelos imperialistas com finalidades militares, assegurou que a posição de países como a Índia "é chave" para atingir seus objetivos.

"Pensamos que essa é parte do papel da Índia como membro da comunidade internacional", floreou a secretária de Estado, citada aqui pela agência de notícias IANS. Hillary afirmou também que Washington está pressionando a China, o Japão e alguns países europeus para que adotem medidas comerciais restritivas com o Estado persa.

O Irã é responsável pelo fornecimento de 10 a 12% do petróleo consumido pela Índia e é seu segundo principal provedor, atrás da Arábia Saudita.

O assunto é o de maior divergência entre Nova Delhi e Washington e seguramente estará no ponto mais tenso na agenda durante os três dias da visita de Hillary à nação sul-asiática.

A chefe da diplomacia americana viajará de Calcutá para a capital indiana, onde se reunirá separadamente com o premiê Manmohan Singh e com a presidente da Aliança Progressista Unida, Sonia Gandhi.

No dia seguinte se reunirá com o ministro de Relações Exteriores, S. M. Krishna, com o objetivo de ajustar a agenda da terceira rodada do Diálogo Estratégico Estados Unidos-Índia, programada para o dia 13 de junho em Washington.

Outros temas a discutir serão o acordo bilateral de cooperação nuclear civil, a situação no Afeganistão, as eventuais contribuições da Índia à estabilização do país, e outros assuntos associados à segurança regional.

Com informações da Prensa Latina