No 13 de Maio, homenagem a Castro Alves, poeta dos escravos

No dia 13 de maio de 1888, foi instituída a Lei Áurea com o objetivo de extinguir a escravatura no Brasil. O professor Francisco Pantera fez um cordel para simbolizar a data e homenagear Castro Alves. "Não acabou o racismo, que ainda é um grilhão invencível, que tem acorrentado uma parcela significativa da população brasileira: os negros. Os negros não tem mais bolas de ferro, mais tem sim a corrente simbólica do racismo prendendo e operando nas relações sócias", lembra Pantera.

Mais um bravo dos bravos
Hoje eu resolvi homenagear
O poeta Castro Alves
Como foi bonito o seu lutar
Quem ama a literatura
Este poeta deve estudar.

Foi amigo de José de Alencar e Machado de Assis
Era um grande intelectual
Seus incríveis versos
São de uma beleza fenomenal
Condenou com veemência a escravidão
E a desgraça social.

Libertador itinerante
Eterno condoreiro
Amante da liberdade
E do povo brasileiro
Trovador…de alto brado
Espírito de liberteiro.

Poeta de boa estirpe
Tinha a mente iluminada
Era um grande baiano
Um abolicionista da pesada
Com poesias arrebatadoras
Deixava a elite abalada.

Foi um grande precursor
Do repente e do cordel
Na arte da poesia
Foi um grande menestrel
Na luta por liberdade
Cumpriu um generoso papel.

Não só defendeu os negros
Mas, o povo esquecido e injustiçado
Pelo povo era querido
Pelos monarquista era odiado
Morreu aos vinte e quatro anos
Um jovem que deixou para o país um grandioso legado.

Defensor dos princípios de liberdade e justiça social
Foi um poeta corajoso.
“Não sonha com amadas impossíveis”
Também foi um poeta amoroso.
Foi um excelente pintor
Pintava a natureza, era um homem grandioso.

“A praça é do povo,
Assim como o céu é do condor”
Era um grande filosofo
Era um grande pensador
Na luta abolicionista
Foi um grande libertador.

“Dizem… nos, passamos a vida toda
Procurando nossa metade,
Como seres parcialmente vivos,
E só nascemos e vivemos de verdade,
Quando ás encontramos!”
Era um poeta sem vaidade.

Assim era o navio negreiro
Cheio de “Guerreiros ousados”
Da África para o Brasil
“Ontem simples, fortes, bravos”
Perderam a liberdade
Para ser “Hoje míseros escravos”.

Assim era o negro da África
“Ontem em plena liberdade”
Hoje “Nem livres para morrer”
Denunciava o poeta a crueldade.
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vos, se é loucura… se é verdade!”

Castro Alves
Foi sinônimo de bravura, heroísmo e justiça
Desafiou a monarquia
Os escravocratas e toda sua mundiça
Leio e releio sua obra literária
Sem me dar nem um pouco de preguiça.

Francisco Pantera