Justiça do DF bloqueia bens e quebra sigilo de Cachoeira

A 5ª Vara do Tribunal de Justiça do Distrito Federal bloqueou os bens do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do ex-direitor da construtora Delta, Claudio Abreu, e de outras seis pessoas denunciadas por formação de quadrilha e tráfico de influência, acusados de tentar fraudar uma licitação. A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos oito envolvidos e da Delta.

A Operação Saint-Michel foi deflagrada em 25 de abril pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do Distrito Federal. Ela é um desdobramento da Operação Monte Carlo, na qual Cachoeira foi preso e acusado de exploração de jogo ilegal.

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Na investigação local, o grupo ligado a Cachoeira é acusado de tentar fraudar a licitação da bilhetagem eletrônica no transporte público do Distrito Federal. Na operação do dia 25 de abril, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu foi preso. Ele estava afastado do cargo após revelação de ligação com Cachoeira.

A quebra de sigilo determinada pela Justiça do Distrito Federal abrange dados das contas correntes e declarações de Imposto de Renda dos investigados a partir de janeiro de 2009 até os dias atuais. No caso da Delta, a determinação de quebra de sigilo abrange contas da empresa em todo o país.

O advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, considerou a de decisão da Justiça como "descabida"."É uma decisão absolutamente descabida e ilegal. Eu tenho até dúvidas com relação à competência judicial […] Não achei justa a decisão", afirmou o advogado.

Segundo Bastos, na segunda-feira (14), ele irá estudar com mais detalhes da decisão. O advogado afirmou que aguarda ainda para terça-feira o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a respeito do pedido de revogação da prisão preventiva de Cachoeira.

Carlinhos Cachoeira é esperado na terça-feira (15) para prestar depoimento à CPI criada no Congresso para investigar as relações do bicheiro com empresários e políticos. Na sexta-feira, o advogado do bicheiro, Márcio Thomaz Bastos, entrou com um pedido no Supremo para adiar o depoimento. A decisão está nas mãos do ministro Celso de Mello.