Governo diz que país está preparado para enfrentar crise

“Estamos ainda mais preparados que em 2008, quando tivemos sucesso no enfrentamento da crise”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira (22). Na véspera, a presidente Dilma Rousseff afirmara que o Brasil está totalmente preparado para enfrentar a crise internacional.

Para buscar demonstrar a solidez da economia nacional, Mantega destacou a existência de reservas internacionais de cerca de US$ 370 bilhões, e disse que a redução da relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto deve chegar a 35% neste ano. Ainda segundo o ministro, o país vive uma situação fiscal “mais sólida”.

“Já aprendemos com o que fizemos no passado”, ressaltou, citando como exemplo “a redução do depósito compulsório após a crise de 2008 para aumentar a liquidez da economia”. Esses depósitos são recursos que os bancos são obrigados a recolher junto ao Banco Central.

Sobre a situação da economia europeia, Mantega avaliou que a estratégia de austeridade fiscal não está dando certo por não ter sido acompanhada de medidas de estímulo à economia. “A estratégia de austeridade fiscal adotada nos países europeus, que não foi acompanhada por medidas de estímulo econômico, não está dando certo. Aliás, está derrubando aquelas economias e levando-as à recessão. E os que mais sofrem são os países da periferia europeia, mais fragilizados”, afirmou.

Mantega especulou sobre as perspectivas e disse que se a crise global piorar, muitos países vão perder até 3 pontos percentuais do seu PIB (Produto Internto Bruto) estimado para este ano. Mas o Brasil, na opinião do ministro, deve perder “só” 1 ponto. Isso significa que a economia brasileira cresceria apenas 3,5%. Excessivamente otimista, Mantega disse que o Brasil está melhor que os outros Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China).

"Felizmente o Brasil figura entre os países que têm possiblidade de crescimento maior em 2012 do que em 2011. Temos as condições para termos um crescimento maior", disse. Em 2011, o PIB do Brasil cresceu 2,7%.

O Brasil precisa continuar enfrentando os obstáculos ao seu crescimento, baixar ainda mais as taxas de juros, combater a especulação financeira, tomar medidas para evitar a desindustrialização do país, abandonar a política de câmbio flexível e expandir o investimento público, sem cair na armadilha do arrocho fiscal. Crescimento com defesa da soberania nacional, industrialização do país, avanço na infraestrutura, valorização do trabalho, garantia de direitos sociais são as necessidades mais urgentes do país na área econômica.

Da Redação do Vermelho, com Agência Senado