Gol demite mais 190 comissários; sindicato vê riscos à segurança

A Gol Linhas Aéreas demitiu nesta sexta (1º) 190 comissários de voo para dar continuidade ao que chamou de "processo de adequação à nova realidade do mercado com segurança e regularidade". Em abril, foram dispensados 131 co-pilotos, além de 238 adesões a um programa de desligamento voluntário e 46 ao programa de licença não remunerada.

De acordo com apuração do jornal O Estado de São Paulo, na verdade, desde o início do ano, a Gol já cortou cerca de mil funcionários.

A empresa também reduziu de 80 a 100 voos diários na tentativa de melhorar sua rentabilidade. O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, disse que recorrerá à Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para tentar reverter as demissões. Ele também suspeita de que haverá cortes de pilotos em breve.

Fochesato disse que a redução do quadro representa um comissário a menos nos voos, e que isso coloca em risco a segurança dos passageiros. Na semana passada, o sindicato reverteu a dispensa de 11 tripulantes por não respeitarem a convenção coletiva de trabalho.

Na quinta-feira, a categoria fez protesto nas imediações do aeroporto de Congonhas, na capital paulista, e pretende manter a mobilização. Fochesato também reuniu-se com dirigentes da Anac. Para a empresa, o sindicato propôs abertura de voluntariado, férias coletivas, entre outras medidas para evitar o corte, mas não teve sucesso.

"Este parece um quadro irreversível. As demissões são consequência da irresponsabilidade das empresas, que cresceram de forma muito agressiva nos últimos anos e entraram em competição predatória", disse. Ele afirmou que caso as companhias se recuperem e necessitem contratar terão um custo mais alto do que o de tentar manter agora o quadro de funcionários.

Com agências