Peões do Ceará fazem greve nas obras de mobilidade por reajuste

Oito mil trabalhadores da construção civil entraram em greve na manhã de segunda-feira (4), comprometendo o andamento das obras de mobilidade urbana e saneamento, na região metropolitana de Fortaleza (CE). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção das Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral do estado (Sintepav-CE), todos os anos a categoria tem dificuldade em negociar a data-base (1º de abril) e a paralisação é o recurso utilizado para pressionar.

Os trabalhadores exigem reajuste salarial, plano de saúde, PLR, entre outros pontos. Segundo o fiscal do Sintepav-CE, Arquimedes Fortes, os peões também esperam a incorporação de uma cesta básica no valor de R$ 300 e a manutenção do pagamento da Participação dos Lucros e Resultados (PLR). Outro ponto importante é que esses milhares de funcionários que arriscam suas vidas nas obras, atuam sem plano de saúde.

Leia também:
Fortaleza se posicionará sobre obras da Delta nesta segunda-feira
 

“Trata-se de uma categoria que está muito exposta aos acidentes de trabalho. É preciso que haja maior respaldo para os trabalhadores. Mas, a negociação é tão difícil que a gente acaba lutando pelo básico, que para nós é o reajuste salarial e a cesta básica”, explicou Arquimedes Fortes.

O piso atual do servente de pedreiro, que antes era deR$ 609,40, passou a ser R$ 622 (com o aumento do salário mínimo). O piso do oficial de pedreiro e de carpinteiro é de R$ 959,60. Atualmente, eles não recebem cesta básica.

A categoria, que fará uma assembleia na quarta-feira (6), reivindica 23% de reajuste, R$ 300 em cesta básica, plano de saúde para o trabalhador e seus dependentes, participação nos lucros de 440 horas; organização no local de trabalho de um para cada 200 trabalhadores; folga de campo a cada 60 dias aos trabalhadores que moram fora do estado – seguindo uma tabela específica; respeito a Data Base, entre outros benefícios.

Os trabalhadores estão em obras do metrô, de rodovias e estradas, saneamento entre outros. Os 600 metroviários estão em greve há mais de uma semana e, agora, recebem o apoio de outros 400 trabalhadores do Centro de Tratamento de Esgoto da PB Construções. Nas obras de Saneamento que estão no entorno do estádio Castelão serão 350 trabalhadores nas obras da BR-222 administrada pelas empresas Delta, Canter e Getel, 1.600 homens irão paralisar os trabalhos.

Na região do Cariri por volta de 1.600 trabalhadores paralisarão as obras da transposição do Rio São Francisco em Mauriti. Na administração da empresa Coral, que contam com 300 trabalhadores serão paralisadas três rodovias. Mais 100 homens paralisarão três barragens e por último na obra da BR-116, na cidade de Icó, pela empresa da Delta cerca de 80 trabalhadores que fazem a restauração da BR também entrarão em greve.

As empresas ainda não se pronunciaram.

Deborah Moreira
De São Paulo