Professores e estudantes juntos por uma universidade melhor

A Marcha Unificada dos Servidores Públicos Federais (SPF) reuniu oito mil pessoas na tarde de ontem, em Brasília (DF). Muitos estudantes se juntaram ao ato, que também reuniu professores das universidades federais, em greve desde o dia 17 de maio. A paralisação já atinge 50 unidades de ensino superior. A categoria  defende reajuste salarial para a categoria, plano de carreira e melhorias na infraestrutura.

A principal reivindicação dos docentes é a revisão do plano de carreira. Segundo os manifestantes, um acordo firmado em 2011, com o governo, estabeleceu um reajuste de 4%, a incorporação de parte das gratificações e a revisão do plano para 2013.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) existem atualmentequatro níveis de cargos – auxiliar, assistente, adjunto e associado. A proposta é para divisão dos professores em 13 níveis remuneratórios com variação de 5% entre eles a partir do piso de 20 horas correspondentes ao salário-mínimo do Dieese – R$ 2.329,35.

O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, e a vice-presidente da entidade, Clarissa da Cunha, estiveram presentes na marcha. Um grupo de cerca de mil estudantes do ensino superior se concentrou na manhã terça-feira (5), na porta do Ministério da Educação (MEC) em apoio à greve dos docentes.

Segundo Iliescu, o ato abriu um grande espaço de luta por direitos fundamentais para uma educação de qualidade. Para o movimento estudantil, a causa dos professores é justa e está intensificando as mobilizações dos estudantes de apoio à greve, além de, em defesa de uma universidade pública e de qualidade, levar ao movimento pautas específicas como a defesa de maiores investimentos na educação (10% do PIB e 50% dos Royalties e do fundo social do pré-sal para educação).

Na quinta-feira (31), Uma carta compromisso foi aprovada durante a última reunião da diretoria executiva da entidade – leia aqui.

“Apoiar este movimento é somar forças para a real mudança do ensino superior, garantindo mais mentes e projetos a serviço do desenvolvimento econômico, social e humano do país. Esta causa é de todos, estudantes e trabalhadores de todo o Brasil”, ressaltou.

A solidariedade dos estudantes aos professores está se manifestando nas assembleias. Em muitas universidades os alunos também deflagraram greve. De acordo com Iliescu, existe a possibilidade de uma greve nacional dos estudantes, que será votada durante reunião do Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) que acontecerá em meados de junho, paralelamente à Cúpula dos Povos.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se reuniu na terça com o comando de greve nacional e informou que na semana que vem haverá uma reunião para retomar as negociações. Mercadante considera a greve precipitada e vê como normal o engajamento dos estudantes no movimento.

Concentração do ato

Caravanas com professores de todas as instituições federais de ensino em greve e centenas de estudantes da UFRJ, UniRio, UnB, UFSJ, UFV,UFT, UFSM, FURG, UFMT, UFPB integraream o ato. A concentração foi feita em frente à catedral de Brasília às 10h30 e os manifestantes marcharam até o Ministério do Planejamento. Após a marcha, foi realizada uma plenária ampliada dos servidores, às 15h, na Esplanada, para votar a greve geral do funcionalismo federal, a partir de 11 de junho.

Novas adesões

A Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André (SP), aderiu oficialmente ontem (5) à greve nacional dos professores das instituições federais. Com isso, sobe para 50 o número de centros de Ensino Superior paralisados no País. Na região do ABC, o campus Diadema da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também integra a lista. Ao todo, são 630 docentes de braços cruzados naquela região.

A reivindicação do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) é por reestruturação do plano de carreira dos docentes. Atualmente, são quatro níveis de cargos – auxiliar, assistente, adjunto e associado -, divididos em quatro classes cada. A proposta é para divisão dos professores em 13 níveis remuneratórios com variação de 5% entre eles a partir do piso de 20 horas correspondentes ao salário-mínimo do Dieese – R$ 2.329,35.

Além de deflagrar paralisação por tempo indeterminado, ficou decidido um ato conjunto com a Unifesp na terça-feira (12), em frente à Bolsa de Valores, no centro da Capital, a partir das 11h. Haverá assembleia das duas instituições.

Minoria

Um grupo pequeno de manifestantes depredou parte da vidraça da portaria do prédio do MEC. O presidente da UNE contou que se trata de uma “minoria” que agiu sem que houvesse nenhuma deliberação do movimento. Mas, também mencionou a truculência dos policiais presentes.

Estudantes da Unila decidem por greve em apoio aos professores:

Dias de greve por CUCAUNE no Videolog.tv.

Da redação com agências