PT Nacional indica Humberto Costa como candidato no Recife
A Executiva Nacional do PT decidiu, nesta terça (5), intervir na disputa eleitoral pela Prefeitura do Recife e indicar o senador Humberto Costa como pré-candidato do partido ao comando da capital pernambucana. Desta forma, frustrou os planos do atual prefeito, João da Costa (PT), de tentar a reeleição.
Publicado 06/06/2012 09:50
Em uma votação que se estendeu até mais 21h30, a decisão obteve 12 votos dos dirigentes partidários, contra 5 abstenções. O ex-ministro José Dirceu -integrante do Diretório Nacional- foi à sede do partido, apesar de não integrar a Executiva Nacional.
O encontro começou tumultuado, com João da Costa deixando a reunião logo após seu início. "Antes de a reunião começar, fui informado de que a decisão seria pela intervenção. Achei desnecessário participar de um debate que tinha uma decisão tomada", disse na saída, afirmando que vai agora decidir o seu futuro político em conjuto com a militância no Recife.
João da Costa venceu a primeira consulta interna realizada pelo partido no mês passado, mas o resultado não foi reconhecido pela legenda, que alegou irregularidades. O partido convocou então uma nova consulta, com o objetivo de usar o intervalo entre os encontros para convencer os dois candidatos -João da Costa e o deputado licenciado Maurício Rands- a abrir mão da candidatura em favor do senador.
Rands atendeu ao pedido da cúpula do PT, mas João da Costa resistia à orientação. A segunda consulta foi então cancelada pela legenda. "Não é uma intervenção burocrática, mas é uma intervenção política", afirmou André Vargas, secretário de Comunicação do PT, que afirmou não haver "dúvidas éticas" sobre o trabalho de João da Costa.
Em nota divulgada após a reunião, o partido afirmou que a decisão foi necessária por terem sido frustradas as tentativas de "produzir a necessária unidade partidária para disputar e vencer as eleições no Recife".
PSB em São Paulo
O PSB deve anunciar semana que vem apoio ao pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. O acordo dará a ele mais 1min22s nos blocos de 30 minutos de propaganda na TV.
Ontem, os socialistas removeram o último obstáculo à aliança ao selar a saída do presidente estadual do partido, Márcio França, do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Ele queria permanecer como secretário de Turismo e apoiar o tucano José Serra, mas foi forçado a sair.
Com isso, o governador Eduardo Campos (PE), presidente do PSB, abriu espaço para anunciar a adesão ao PT. "A decisão está tomada, e o PSB vai apoiar Haddad", disse o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral.
"A eleição de São Paulo é nacional, e nós vamos fazer tudo para evitar a vitória de Serra. Ele representa o atraso, a direita e o neoliberalismo", acrescentou Amaral.
Campos deve se reunir com Lula depois do feriado de Corpus Christi. Haddad comemorou a notícia e disse que ainda espera apoio do PCdoB. "Estou aguardando a visita do governador. Será uma honra marchar junto com o PSB", disse o pré-candidato.
Em torpedo enviado a seus contatos na agenda telefônica, França disse se afastar "em razão do processo eleitoral" e disse ter servido com "honra e orgulho" a Alckmin.
O presidente municipal do PSB, vereador Eliseu Gabriel, confirmou que a sigla está "a caminho" de apoiar o PT. Para atrair o PSB, os petistas sacrificaram candidaturas próprias em cidades como Mossoró (RN) e Duque de Caxias (RJ), além de anular as prévias vencidas pelo prefeito de Recife, João da Costa, desafeto de Campos.
Com Folha de S.Paulo