Irã e países ocidentais retomam negociações nucleares

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia) mais Alemanha (o Grupo 5+1) iniciaram nesta segunda-feira (18) uma nova rodada de negociações com o Irã sobre o programa nuclear deste país. 

A delegação dos 5+1 é liderada pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, enquanto a parte iraniana é representada pelo chefe negociador de Teerã, Saeed Jalili. As negociações são feitas no hotel Golden Ring, a poucas centenas de metros do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

"Estas negociações constituem um grande teste pra ver se o Ocidente está ou não a favor do progresso do Irã", declarou Jalili à televisão iraniana, pouco antes do início das conversações.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, citado pelo site da presidência, afirmou que o Irã está disposto a deixar de enriquecer urânio a 20% se receber a "garantia" das grandes potências de que fornecerão o combustível nuclear de que necessita.

"A República Islâmica do Irã sempre disse que se os países europeus entregarem ao Irã combustível a 20%, o Irã deixará de enriquecer a esse nível. Hoje mesmo, se nos derem a garantia de que nos fornecerão o combustível a 20% para nossos reatores, não haverá problema", disse Ahmadinejad.

Segundo a presidência, Ahmadinejad "insiste sobre o fato de que (o Irã) está disposto a negociar o enriquecimento de urânio a 20% no âmbito de uma cooperação" com as grandes potências.

"A Rússia espera que em Moscou aconteça um diálogo construtivo do documento sobre o Irã, baseado na reciprocidade e orientado a um desenvolvimento por períodos, que permita garantir resultados positivos", disse à Agência Efe uma fonte russa próxima às negociações.

Na última sexta-feira (15), o vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Riabkov, declarou que seu país se opõe ao embargo petroleiro que a União Europeia impôs ao Irã em janeiro. Ele reiterou a postura russa afirmando que as medidas não contribuem para encontrar uma solução pelo diálogo e que, por uma questão de princípios morais e políticos, considera a pressão exercida sobre o Irã inaceitável.

Riabkov acrescentou que é importante lembrar que a Rússia se opôs e se opõe a imposição unilateral de sanções contra o Irã como uma ferramenta para alcançar objetivos políticos.

Governos ocidentais afirmam que o programa nuclear do Irã pode vir a ser uma ameaça, o que Teerã nega, insistindo no caráter pacífico das suas atividades nucleares. Apesar disso, sob o argumento de que o país governado por Ahmadinejad poderia estar contruindo uma bomba atômica, Israel ameaça bombardear as instalações iranianas.

Com agências