Sindicato reage a tentativas de enfraquecer campanha salarial

Enquanto os empresários tentam criar insegurança entre os trabalhadores falando de desemprego, o mercado de trabalho brasileiro teve um desempenho positivo no primeiro trimestre deste ano com o aumento do número de postos de trabalho com carteira assinada.

Conforme o boletim Mercado de Trabalho Conjuntura e Análise, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentado recentemente, o desemprego recuou e a perspectiva é de continuidade nos próximos meses.

A população ocupada cresceu 1.8% em comparação ao mesmo período do ano passado, os empregos formais cresceram 4,4%, ou seja, 482 mil novos empregos. A taxa de desemprego média do primeiro trimestre ficou em 5,8%, 0,5 ponto percentual abaixo da taxa no mesmo período de 2011, que foi 6,3%. Sendo que, 2011 foi um ano de grande produção e crescimento na indústria.

Se comparado com outros países, o Brasil está em uma ótima posição e por isso, a tentativa dos empresários de fazer terrorismo com os trabalhadores não se justifica. Na Espanha, por exemplo, o mês de maio fechou com uma taxa de desemprego de 24,44%, segundo o Instituto Nacional de Estatística. De acordo com levantamento divulgado quinta-feira pelo Escritório de Estatísticas da Grécia, a taxa de desemprego do país atingiu no primeiro trimestre deste ano o nível de 22,6%, ante 20,7% do trimestre anterior. Trata-se da taxa de desemprego mais elevada desde o início da série histórica, em 1998, e está bem acima do nível de 15,9% registrado no início do ano passado.

Já em Portugal, a taxa de desemprego chegou a 15,2% em abril, a segunda maior dos países com dados disponíveis de acordo com Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de Portugal, que também aponta que cerca de 823 mil pessoas em idade ativa não teriam emprego em abril, mais cerca de 9 mil que em março. Nos Estados Unidos, o índice de desemprego chegou a 8,2%, em maio, segundo o Departamento de Trabalho Americano. Em situação um pouco melhor aparece a China, com 4,1% no primeiro trimestre de 2012, conforme o Ministério dos Recursos Humanos e da Seguridade Social.

Em recentes manifestações na imprensa, o presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, tem afirmado que “o importante é manter as vagas de emprego no município”. Como se em detrimento disso, os trabalhadores fossem obrigados a abrir mão dos salários. “O trabalhador não pode ser penalizado mais uma vez. Já abrimos mão de salários durante a crise de 2008 e agora nem estamos em crise. O que há é uma desaceleração momentânea na produção”, argumenta o presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos, Leandro Velho, lembrando que os empresários têm admitido na imprensa que terão fortes investimentos e perspectivas de crescimento no segundo semestre. “O presidente mesmo disse durante a negociação que não sabe se as empresas estão preparadas para atender a demanda que virá no segundo semestre”.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul