CNI: demanda na indústria ficou abaixo do esperado em maio
A expectativa de vendas dos empresários industriais foi mais uma vez frustrada em maio. O setor aumentou a produção mas, sem conseguir escoar a oferta como esperado, registrou acúmulo de estoques de mercadorias. A avaliação é do gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca.
Publicado 22/06/2012 15:57
"Até março deste ano, a indústria conseguiu reduzir os estoques acumulados no ano passado. De lá para cá, as mercadorias [acumuladas] voltaram a subir", frisou Fonseca.
A pesquisa "Sondagem Industrial" de maio, divulgada nesta sexta-feira pela entidade, apontou que o nível da produção industrial subiu de 45,3 pontos em abril para 51,6 pontos em maio. Na indústria de transformação, o indicador ficou em 50,4 pontos, ante 44,9 pontos em abril. O índice varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos representam aumento de produção.
Com maior atividade e menor demanda, os estoques do setor subiram no período. O indicador de evolução de mercadorias estocadas na indústria subiu de 50,9 pontos para 51,8 pontos entre abril e maio. O mesmo aconteceu especificamente na indústria de transformação, cujo indicador foi de 51,2 pontos em maio, ante 50,9 pontos em abril.
Segundo Fonseca, a demanda interna, que puxou a economia brasileira no último ano, não tem conseguido manter o mesmo fôlego. Além disso, as medidas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo ainda não estão apresentando resultados, principalmente, por causa do alto endividamento das famílias brasileiras, disse ele.
Uma opção seria vender a produção para o exterior. Os principais mercados brasileiros, no entanto – Estados Unidos, Europa e Argentina – enfrentam a desaceleração de suas economias, continuou o gerente-executivo da CNI.
"Por causa do câmbio e das exportações, a indústria extrativa está com um desempenho melhor do que a de transformação", disse. Mas para o setor de transformação, não há, "uma expectativa de melhora no curto prazo", afirmou.
Fonseca disse ainda que o fraco desempenho no mercado de trabalho na indústria é preocupante, porque pode sinalizar aumento do desemprego. "A redução no quadro de trabalhadores é a última alternativa para um empresário", destacou. O indicador do número de empregados ficou em 48,7 pontos em maio, ante 48,9 pontos em abril.
Fonte: Valor