Alemanha: a crise bate à porta
A crise dá as caras pela Alemanha e, em junho, pelo segundo mês seguido, a economia do país dá sinais de que começa a sentir os problemas relativos à crise de dívida da zona do euro.
Publicado 23/06/2012 14:12

A Alemanha conseguiu evitar até agora o destino de parceiros da zona do euro graças a fortes exportações para países que não são do bloco e à demanda doméstica, mas a crescente incerteza sobre as perspectivas do bloco monetário estão começando a afetá-la.
Um enfraquecimento significativo da economia alemã, a qual salvou a zona do euro da recessão no primeiro trimestre, pode levar Berlim a adotar medidas mais ousadas para resolver a crise.
O instituto de pesquisa Ifo informou nesta sexta-feira que seu índice de clima de negócios, com base em uma pesquisa mensal com 7 mil empresas, caiu para 105,3 em junho ante 106,9 em maio.
Esse foi o menor nível desde março de 2010 e levemente pior do que o esperado, uma vez que uma pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters com 44 economistas mostrava expectativa de que o índice caísse para 105,9. “A crise do euro está realmente afetando”, disse o economista do Ifo, Klaus Wohlrabe. “Está batendo à porta”.
Outros dados recentes também sugerem que a economia está perdendo força e que pode ter se contraído no segundo trimestre depois de ter crescido 0,5% nos três primeiros meses de 2012. A atividade manufatureira está no nível mais fraco em três anos, de acordo com pesquisa Índice de Gerentes de Compra publicada na quinta-feira (21). O setor, que comandou o crescimento no último ano, também foi o mais afetado na pesquisa Ifo.
As importações caíram em abril no ritmo mais rápido em dois anos, e as exportações recuaram devido ao enfraquecimento da demanda dentro da zona do euro, para onde a Alemanha envia 40% dos bens que vende ao exterior.
Os dados do Ifo mostraram que as empresas estão mais otimistas com as condições atuais de negócios, porém preocupadas com o cenário. O subíndice de expectativas caiu para 97,3 ante 100,8 em maio. Wohlrabe, do Ifo, explicou que as empresas estão segurando os investimentos à espera dos próximos acontecimentos.
Fonte: Correio do Brasil