SP já foi palco de quatro chacinas desde o começo do mês

Cinco ônibus foram queimados na madrugada desta quarta (27) em São Paulo. Agora são nove ao longo de junho. Desde o começo do mês, 13 pessoas foram mortas em quatro chacinas em todo o estado. Em alguns bairros da periferia da capital, moradores denunciam a imposição de toques de recolher

Apesar de não haver confirmação oficial do governo do estado, o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, acredita que as chacinas podem ser uma resposta à morte de seis policiais fora do horário de serviço entre os dias 13 e 23 deste mês, assim como ocorreu em 2006. “É exatamente a mesma lógica. Só que agora parece que eles estão fazendo chacinas pulverizadas”, afirmou Seixas.

Estudos da Justiça Global e da Clínica Internacional de Direito Humanos da Faculdade de Harvard mostram que nos oito dias posteriores à morte de 40 policiais durantes os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio de 2006, 450 pessoas foram assassinadas. Parte delas em atentados promovidos por pessoas encapuzadas e outras por policiais em episódios registrados como Resistência Seguida de Morte. No entanto, os corpos apresentavam evidências de execução, como tiros à queima-roupa, disparados de cima para baixo e em órgãos vitais.

Em 2006, a atuação do Condepe foi fundamental para caracterizar o período que ficou conhecido como “crimes de maio”. Agora, segundo Seixas, o órgão está reunindo dados para planejar uma linha de ação. “Estamos colhendo informações. Não vamos fazer nada sem ter certeza do que está acontecendo”, disse.

Fonte: Rede Brasil Atual