Kassab cumpre só 36,3% de seu Programa de Metas, diz ONG

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) foi o principal alvo das críticas dos pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, durante um balanço do programa de metas, na quinta-feira (28), na capital paulista. Segundo a Rede Nossa São Paulo, que promoveu a atividade, o prefeito só cumpriu 36,% do Programa de Metas da prefeitura. Participaram os pré-candidatos Fernando Haddad (PT), Carlos Giannazi (PSOL), Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha Francine (PPS).

Os pré-candidatos presentes se comprometeram a participar do balanço do programa de metas da futura gestão, caso sejam eleitos. José Serra (PSDB), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT), e Celso Russomano (PRB) não compareceram.

O balanço concluiu que das 223 metas propostas pelo Programa de Metas da prefeitura, Kassab colocou em prática 81, faltando seis meses do final do mandato. Segundo balanço da entidade, 141 metas estão em andamento e uma não foi iniciada.

Entre as metas não cumpridas, estão as principais promessas de campanha de Kassab, como a construção de três novos hospitais, o fim da fila por vagas em creches municipais e a criação de corredores de ônibus na cidade.

O pré-candidato do PT, Fernando Haddad, pontuou a ausência dos demais pré-candidatos e sugeriu à Rede Nossa São Paulo o aprimoramento de alguns pontos no plano de metas, com diferenciação de metas mais complexas das mais simples. “Metas que não têm a mesma importância para a sociedade, no formato atual, acabam tendo o mesmo peso”, disse.

Ele criticou o fato de a prefeitura considerar parte das metas atingidas eventos como reuniões e definições burocráticas. “Dizer que 90% de uma meta está cumprida, com base em reuniões, se a construção que é a última e principal etapa de um hospital não foi realizada é um erro.”

Haddad se concentrou em defender seu plano de governo e apresentou os quatro eixos de sua campanha: moradia, saúde, educação e transporte público. Os pontos serão articulados na lógica de um novo tempo para São Paulo.

“O tempo é nosso bem mais escasso, passamos muito tempo no trânsito, na fila dos hospitais e falta tempo livre para educação e lazer”, descreveu.

Chalita classificou a gestão de Kassab como ineficiente e “tacanha”. Segundo ele, só a administração fazendária evoluiu, tendo em vista os esforços para aumento da arrecadação. “Os semáforos podem parar, mas os radares nunca param. Tecnologia para radar e para aumentar arrecadação não faltam”, disse. Ele também chamou de “desumana” a ação do prefeito, que teria proibido a distribuição de sopa para pessoas em situação de rua na cidade.

O pré-candidato do PMDB e a pré-candidata do PPS criticaram as ações de Kassab contra os camelôs. Soninha Francine defendeu a questão da mobilidade, afirmando que é preciso reduzir a distância que os paulistanos percorrem da casa para o trabalho.

Para o pré-candidato do PSOL, Carlos Giannazi, arrematou a questão, afirmando que a prefeitura fracassou no atendimento às demandas sociais. Ele defendeu um choque de democracia na administração municipal, com participação efetiva dos movimentos sociais nos conselhos municipais e eleições diretas para as subprefeituras. “Na gestão Serra, ele indicava prefeitos de outras cidades para as subprefeituras. Agora são coronéis da reserva. Nem um, nem outro, tem de ser por eleições diretas”, propôs.

Com informações da Rede Brasil Atual