Espanha tem novas manifestações contra plano de austeridade

O plano de austeridade do governo da Espanha é alvo nesta segunda (16) de várias manifestações em Madri, capital do país. Os manifestantes, liderados por bombeiros, policiais em trajes civis e funcionários públicos, protestam contra as medidas, pois temem redução de salários e mais demissões. A Espanha é um dos países mais atingidos pelos impactos da crise econômica internacional. E tem adotado medidas que só prejudicam ainda mais os trabalhadores.

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O protesto foi convocado pelos líderes das entidades por meio das redes sociais. Os manifestantes tentaram entrar na sede do Parlamento nesta manhã, mas foram impedidos pela polícia.

Desde o último dia 11, vários protestos são registrados no país. A manifestação desta segunda se tornou o principal assunto das redes sociais na Espanha. Nas ruas, a população carrega cartazes que anunciam o fim das atividades públicas e caixões representando os líderes políticos.

Uma nova greve geral "será inevitável" se o governo mantiver as medidas de austeridade para reduzir o déficit público, disse Ignacio Fernández Toxo, secretário-geral do CCOO (sigla em espanhol para confederação sindical de comissões de obras), um dos principais sindicatos espanhóis.

"O Governo tem em suas mãos o poder de evitar. Eu não renuncio à greve porque a sociedade tem o direito à autodefesa. Se o governo forçá-la e obrigá-la a isso, e temo que é o que está fazendo, será inevitável que ocorra", advertiu Toxo à Rádio Nacional da Espanha.

Segundo ele, as manifestações espontâneas refletem um mal-estar crescente na sociedade "misturado com a indignação". Depois de considerar que a unidade sindical é "absolutamente imprescindível", Toxo anunciou que "vamos nos reunir com todos os sindicatos, profissionais, confederados e com outras organizações da sociedade civil para promover uma ampla resposta cidadã".

Nos últimos dias, várias pessoas foram detidas durante confrontos entre manifestantes e policiais, no centro de Madri.

As medidas de austeridade implementadas pelo governo conservador do primeiro-ministro Mariano Rajoy incluem a suspensão de um dos 14 pagamentos que a maioria dos funcionários públicos recebem todo ano. Especificamente, é o salário que entra logo antes do Natal. Os salários já foram cortados em 5% em 2010. 

Com agências