Acampamento da greve dos servidores reúne 3 mil na Esplanada

Em um momento em que pipocam greves no país, não basta paralisar as atividades. Para chamar a atenção, os servidores públicos da saúde, educação, entre outras categorias em greve do funcionalismo público, decidiram seguir os passos de alguns movimentos, como o estudantil, e montar acampamento na Esplanada dos Ministérios. Desde ontem (16), centenas de servidores têm se concentrado no local. O número já supera estimativas iniciais.

Segundo a organização do acampamento, o movimento deve seguir instalado no local até sexta-feira (20). Até lá, diversos trabalhadores se instalarão na Esplanada para ampliar a ocupação. Maurício Scotelaro, da Diretoria Executiva do Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), estimou inicialmente entre duas mil e três mil pessoas na Esplanada. As ações do grupo serão propostas diariamente e definidas pelas lideranças presentes.

O Acampamento da Greve, como está sendo chamado pela categoria, é dividido em tendas grandes de lona, semelhantes às de circo, quatro brancas e uma colorida, onde as barracas vão sendo armadas lado a lado, na ordem em que os manifestantes vão chegando.

Para os cuidados de higiene pessoal, como tomar banho, foi realizado um convênio com o Minas Tênis Clube, onde há estrutura para tanto. As refeições estão sendo fornecidas por empresas de alimentação contratadas.

Antônio Carlos Azevedo, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Rio de Janeiro (Sintrasef) e servidor da área de saúde, afirma que a categoria tem a menor remuneração do serviço público – R$ 1.900,00 com as gratificações. Segundo Azevedo, os servidores da saúde buscam a equiparação dos salários com as outras categorias.

Outra reivindicação dos servidores nesse setor são medidas de reparação do governo quanto às doenças adquiridas no trabalho: “Nós temos servidores que trabalham a vida toda no combate às endemias e, devido a inseticidas que eram manipulados, 99% de nós estamos doentes”, afirma Azevedo. De acordo com ele, oito trabalhadores do Rio de Janeiro morreram em decorrência da manipulação de inseticidas.

Estudantes

A manifestação não tem apenas servidores públicos. No caso dos docentes e técnicos administrativos, alunos de algumas instituições de ensino foram à Esplanada apoiar as reivindicações. É o caso de Thais Mátia, estudante de Minas Gerais. “As pessoas não veem a importância de a gente estar aqui apoiando os professores. É uma causa muito importante”.

Em dezembro de 2011, cerca de 300 estudantes de todos os estados brasileiros participaram do movimento Ocupe Brasília, acampamento que durou uma semana para pressionar, o Congresso Nacional, a votar o Plano Nacional da Educação, prevendo os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor, além de prevêr também 50% dos recursos do pré-sal para a Educação. Também pressionaram peloEstatuto da Juventude e a cota para estudantes na Lei Geral da Copa.

Confirma galeria de imagens:

Da redação com Agência Brasil

atualizada às 19h10