Egito vive onda de boatos antes da nomeação do novo premiê

Grande segredo e muitos boatos dominam o espectro político do Egito à espera de que o presidente Mohamed Morsy revele quem será seu premiê, mais de duas semanas após tomar posse.

A Presidência da República afirmou que o novo chefe de Governo será nomeado nesta terça-feira (17), com o que se encerrará o ciclo de Kamal al-Ganzouri, uma figura designada pela Junta Militar em outubro de 2011 e que é muito impopular entre os críticos de Hosni Mubarak.

Segundo fontes do governo, já expirou o prazo estabelecido pela lei para a nomeação de um novo chefe de gabinete, daí que o presidente filiado à Irmandade Muçulmana (IM) se viu forçado a se pronunciar, possivelmente cumprindo sua promessa de não escolher um islâmico.

Horas antes do anúncio da Presidência, o presidente islâmico declarou aos jornalistas em Addis Abeba, onde foi à cúpula da União Africana, que sua demora em nomear uma nova equipe de governo era porque não queria se precipitar.

As previsões sobre quem conduzirá o Executivo se iniciaram já no dia 24 de junho quando Morsy foi declarado vencedor das eleições, mas cresceram nas últimas horas, ao tratarem o tema e assegurarem que, apesar da demora, o acompanham de perto.

"Tenho pensado no novo gabinete durante as últimas duas semanas. Não quero precipitar-me na formação de um Executivo para evitar alterações no país ou o fluxo de trabalho", sublinhou.

A esse respeito, afirmou que sua maior aspiração é ver "um Egito estável em termos de segurança, economia e política", o que fez entender que seu premiê será um entendido em assuntos econômicos, mais que de política.

De acordo com fontes do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), o agrupamento que Morsy dirigiu até sua eleição como presidente, o mais provável é que se escolha um economista liberal desvinculado da IM e com reconhecida experiência no manejo de instituições estatais.

Inclusive, entre a extensa lista de nomes considerados por analistas, cidadãos comuns, líderes políticos e diplomatas estrangeiros, saíram favoritos os de homens unidos à economia e às finanças, vistos como a cura imediata aos problemas do Egito.

O jornal estatal Al-Ahram citou o economista e membro da Irmandade Muçulmana Abdulah Shehata, que afirmou ser lógico que o premiê da era pós-Mubarak tenha uma sólida preparação econômica e financeira.

Embora a situação vá mudando, sobressaem os nomes de três prominentes banqueiros, entre eles, Farouk Al-Oqda, atual presidente do Banco Central do Egito; Mahmoud Abul-Oyoun, ex-presidente da mesma instituição; e Hesham Ramez, ex-vice-presidente desse banco.

Também se cogitaram dois ex-ministros de Finanças, Samir Radwan e Hazem Beblawi, mas a avançada idade do último parece desqualificar-lo automaticamente, apontou o jornal.

Fonte: Prensa Latina