Medidas econômicas de Sarkozy são derrubadas na França

Duas medidas fiscais favoráveis ao setor empresarial impostas pelo anterior governo foram derrogadas durante o processo de retificações ao orçamento do Estado, que se realiza nesta semana na Assembleia Nacional francesa.

Na madrugada desta quinta-feira (19) os deputados puseram fim por maioria de votos às exonerações ao pagamento por horas extras, aplicadas desde 2007 como parte do programa "trabalhar mais para ganhar mais" do ex-presidente Nicolás Sarkozy.

Com este sistema, os empregadores poupavam os impostos e o ônus à segurança social correspondentes ao tempo trabalhado por seus empregados para além da jornada normal de 35 horas semanais.

Por sua vez, os assalariados não somavam estes pagamentos ao calcular seus impostos anuais sobre rendimentos.

A medida foi muito criticada porque, ao fazer um balanço, os benefícios eram bem mais altos para os empresários que para os trabalhadores.

De maneira particular, aos patrões resultava-lhes mais barato pagar horas extras em lugar de contratar novo pessoal, o que impactou negativamente no mercado trabalhista.

Durante os cinco anos do governo de Sarkozy o desemprego duplicou-se na França, até atingir a quase três milhões de pessoas em idade trabalhista.

A Câmera baixa derrogou também o aumento ao Imposto ao Valor Agregado (TVA, por suas siglas em francês) que gravava a um elevado número de produtos importados de países fora da União Europeia, os quais se vendem aqui em mercados populares a preços moderados.

Esta alça afetava a muitas famílias de rendimentos médios e baixos, e destinava-se a compensar uma rebaixa às quotas patronais para financiar o sistema de segurança social.

As organizações sindicais tinham denunciado que com o denominado TVA social se obrigava a toda a população a pagar um benefício direto para os grandes grupos empresariais.

Nesta quinta-feira a Assembleia Nacional discutirá a imposição de uma contribuição extraordinária em 2012 a todas as famílias, cujo patrimônio total rebase a soma de 1,3 milhão de euros.

Estas iniciativas foram prometidas durante a campanha eleitoral do atual presidente, François Hollande, que ofereceu um modelo do regime fiscal no que contribuam mais, os que mais têm.

Fonte: Prensa Latina