Israel proíbe palestinas de Gaza de estudarem na Cisjordânia

Cinco estudantes palestinas que moram na Faixa de Gaza estão impedidas de continuar seus estudos de mestrado nos cursos de gênero, democracia e direito na Universidade de Birzeit, na Cisjordânia. Andaleeb, Amal, Suhair e Azza não foram proibidas de frequentar a faculdade por seus pais ou familiares, mas pelo estado de Israel que desde 2000 proíbe palestinos de viajarem para estudar.

À pedido da Suprema Corte israelense, o governo reconsiderou o caso das mulheres e nesta quarta-feira (25), o Ministério de Defesa anunciou que mantém sua decisão de negar o visto de viagem às estudantes por questões de "segurança nacional", diz. Segundo a nota assinada pelo General Eitan Dangot, o estado possui “substanciais razões políticas e de segurança” para tal.

Em audiência em maio sobre o caso, no entanto, o ministério chegou a admitir que não existe nenhuma alegação de que as estudantes apresentem risco à segurança do país. A regra faz parte, na verdade, do veto aplicado a todos os moradores da Faixa de Gaza que precisam da aprovação de Israel para sair do território em direção à outra parte palestina do país uma vez que o governo israelense controla todas as rotas de acesso a Cisjordânia.

Uma das explicações fornecidas pelo governo israelense ao veto é de que os estudantes apresentam um “perfil de risco”. Apesar disso, a proibição também se aplica a indivíduos que não são suspeitos de nenhuma atividade que possa ameaçar a segurança do país. Como consequência disso, as mulheres não vão conseguir finalizar seus estudos já que os cursos não existem nas universidades da Faixa de Gaza.

Segundo a organização israelense de direitos humanos Gisha, Israel não só está ferindo todas as suas obrigações em relação ao direito internacional, como também os Acordos de Oslo, sob o qual concordou em reconhecer a Faixa de Gaza e a Cisjordânia como uma unidade territorial.
Com a resposta do Ministério de Defesa, o pedido volta à Suprema Corte que deve se pronunciar sobre o caso mais uma vez.

Fonte: Opera Mundi