Ismael Cardoso: "Que rufem os tambores!"

A revista Carta Capital desta semana publica matéria de extensa documentação, que está disponível em seu site, sobre o julgamento do chamado Mensalão.

Por Ismael Cardoso, diretor de Comunicação da UJS*

Cercado de grandes expectativas por todos os lados, o Supremo Tribunal inicia sua liturgia jurídica sob uma forte pressão. Mesmo com as diversas declarações do presidente da corte – ministro Ayres Britto – de que o processo não se diferencia em nada de outros, a não ser pelo número de réus, sabemos que todo tipo de sordidez e velhacarias serão lançados para fazer do Supremo Tribunal Federal o grande palco das eleições municipais deste ano.

Entretanto, o tiro pode sim sair pela culatra, os documentos apresentados pela reportagem da Carta Capital elencam diversos nomes agraciados pelo “valerioduto”, entre eles o nosso amigo Gilmar Mendes. O ex-supremo presidente do Supremo Tribunal recebeu R$ 185.000,00 reais do esquema de Marcos Valério. E aí o juiz vai virar réu? Ou o STF vai ficar com as togas de fora?

O impedimento de Gilmar Mendes é necessário para o equilíbrio moral e o julgamento técnico por parte da corte, como deve ser em qualquer processo que chegue às mãos dos ministros do STF.

Não estou aqui para defender nenhum dos réus do processo, somente para defender um julgamento técnico, limpo, como deve ser.

Que a grande imprensa e seus candidatos farão do julgamento um grande espetáculo não temos dúvidas, aliás, como a Folha de São Paulo e Cia. não chegam à periferia, e a Rede Globo tem que rebolar para disputar com as Olimpíadas, e a não ser que coloque Zé Dirceu no lugar de “Carminha”, este será seu último suspiro numa eleição que aponta para mais uma vitória das forças democráticas por todo o país.

Baixezas não se respondem com baixezas, no caso de São Paulo, em que disputamos com José serra, o candidato dos golpes abaixo da linha da cintura, é precioso ter altivez, pois, em última instância seria subestimar a inteligência de nosso povo, a população quer ouvir soluções para os seus problemas e das suas cidades. A luta será dura, para os triunfalistas que acreditavam ter esmigalhado a direita, está aí mais uma prova de que ela existe e está de pé.

Entretanto, nosso palco nunca foram os tribunais, seria uma vergonha se assim o fosse, nosso palco tem nome muito conhecido chama-se redes e ruas. Os atores? A militância e o povo brasileiro que tem derrotado sucessivamente as viúvas do neoliberalismo.

Ocupemos as ruas e façamos a grande festa democrática nestas eleições. Que rufem os tambores!

*União da Juventude Socialista