Suspensão no Mercosul afeta fortemente comércio paraguaio
Ainda que a suspensão do Paraguai do Mercosul seja de caráter político, ela tem um sensível impacto no comércio exterior do país, afirmou nesta quinta (2) o Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep).
Publicado 02/08/2012 12:11
Apesar dos políticos e empresários militantes de organizações de extrema direita exigirem aqui a saída definitiva do Paraguai do bloco de integração, um relatório da entidade especializada alertou sore a gravidade de um passo desse tipo e da atual suspensão.
O Cadep afirmou que o comércio exterior paraguaio depende muito do Mercosul, o que permitiu potencializar exportações às nações da região membras do bloco, especialmente os membros da Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
Um exemplo disso, afirmou, é que, em 2011, 18,2% do total de exportações (800 milhões de dólares) se dirigiu a países da Aladi, especialmente Chile, Venezuela, Peru, Colômbia, Bolívia e Equador, precisamente graças ao Mercosul.
Por outro lado, as vendas de produtos fabricados totalmente no Paraguai aos membros do Mercosul atingiram um valor de 967 milhões, enquanto que a proximidade e os acordos alfandegários elevaram as importações a partir deles a 5,23 bilhões de dólares.
O Cadep advertiu que, apesar da intenção da Argentina, Brasil, Uruguai e agora Venezuela de evitar sanções econômicas para não afetar ao povo da nação guarani, o esfriamento das relações diplomáticas pode ser automaticamente refletido no comércio.
A análise mostrou, em primeiro lugar, que 54 por cento de todas as exportações do Paraguai se destinam ao Mercosul e aos estados associados a essa entidade e sua condição de membro permitiu fortalecer a relação comercial com essas nações e também de forma importante com China.
O relatório é uma mostra de que apenas o regresso ao processo democrático quebrado, algo exigido pelo Mercosul, Unasul e outras instâncias regionais, poderá consertar o dano causado pela irregular destituição do presidente constitucional, Fernando Lugo.
Fonte: Prensa Latina