Camponeses hondurenhos exigem reforma agrária integral

Dezenas de camponeses hondurenhos procedentes dos 18 departamentos do país exigem frente ao Congresso Nacional uma reforma agrária integral, que inclua distribuição de terras e financiamentos.

O líder do Movimento Unificado Camponês de Aguán (MUCA), e um dos organizadores do plantão que começou na segunda-feira (6), Yono Rivas, pediu para os congressistas explicarem, por que a Lei de Transformação Agrária Integral está engavetada.

“O projeto apresentado no dia 11 de outubro de 2011, defende a recuperação ou expropriação imediata e posterior concessão de todas as terras públicas ou privadas que estejam ilegalmente em mãos particulares”, lembrou Rivas.

Os camponeses exigem também que se destine 10% do orçamento nacional para financiar as atividades produtivas e isso ajudaria a diminuir a pobreza que afeta mais de 70% da população.

O MUCA é uma das organizações que participa das reclamações por terras no vale de Aguán, onde se mantém um conflito entre latifundiários e agricultores que em três anos deixou 67 camponeses mortos.

"Com o pretexto de deter a violência, o Congresso aprovou em na última quarta-feira (1) o desarme de camponeses de Aguán, mas não dos empresário que dizem requerer do serviço de segurança privada", disse

Essa exceção poderia aprofundar a repressão contra as organizações campesinas, observou o secretário geral do MUCA em entrevista publicada no site da resistência hondurenha.
Segundo Rivas a origem do conflito no Aguán é a falta de acesso dos camponeses em terras que foram destinadas para fins da Reforma Agrária e resultaram monopolizadas pelas empresas dos latifundiários.

O setor privado, representado pela Federação Nacional de Agricultores e Pecuaristas de Honduras (Fenagh), reagiu encomendando um estudo para determinar o impacto econômico da ocupação campesina.

Para o diretor da Fenagh, Luis Donaire, as ocupações campesinas e as expropriações para latifundiários afetm as empresas e impactam na produção agrícola, o acesso ao credito e a inversão

Segundo ele, o parlamento unicameral deveria aprovar uma quantia para conformar um banco de terras para que quem possa comprar legalmente as propriedades que os latifundiários tenham interesse de vender.

Com Prensa Latina