Vice do Irã chega ao Egito para tratar de cúpula de Não Alinhados

O vice-presidente iraniano, Mohammad Baqai, chegou ao Egito nesta terça (7) para entregar ao presidente Mohamed Morsy um convite para a 16ª cúpula do Movimento de países Não-Alinhados, prevista para acontecer em Teerã no final deste mês.

A agência de notícias oficial Mena disse que o vice-mandatário persa é portador de uma carta do chefe de Estado da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, um convite para assistir ao evento que ocorrerá de de 26 a 31 de agosto, na capital iraniana.
Baqai é o mais alto funcionário iraniano a visitar o Egito, um país sem relações diplomáticas plenas com o Irã desde 1979, depois do triunfo da Revolução Islâmica e da assinatura por esta nação árabe de um controverso acordo de paz com Israel em Camp David.

A então nascente Revolução Islâmica cortou os laços diplomáticos após o governo de Anwar El-Sadat, que firmou o pacto de paz com os sionistas, concedeu asilo político ao deposto xá da Pérsia, Mohammed Reza Pahlavi.

Na segunda-feira, autoridades de Teerã já anunciaram que Baqai viajaria ao Cairo para entregar o convite formal para a reunião de chefes de Estado e de governo de 118 países, pois a presença de Morsy é vista como significativa por ele ser o presidente cessante do grupo de Países Não Ainhados.

O encontro anterior do movimento terceiromundista fundado em Belgrado, em 1961, teve lugar no balneário egípcio de Sharm El-Sheikh, na costa do Mar Vermelho, sob a liderança do presidente Hosni Mubarak, que foi deposto durante uma revolta popular em fevereiro do ano passado.

Vários emissários de Ahmadinejad visitaram nas últimas semanas países árabes para cumprir esse processo de convite, e o governante persa convidou verbalmente Morsy no início de julho, quando lhe telefonou para parabenizá-lo pela sua eleição presidencial.

Segundo a televisão estatal da República Islâmica, o líder supremo da revolução, aiatolá Ali Khamenei, fará o discurso inaugural do evento de givernantes da cúpula dos Não Alinhados, movimento ao qual se espera a adesão de Azerbaijão e Fiji.

O Irã, que assumirá a presidência do fórum durante os próximos três anos, saudou a reunião de cúpula como uma oportunidade para afirmar as suas posições na arena internacional, disse o deputado do comitê de segurança nacional e política externa, Mehdi Davatgar.

Davatgar opinou que será um marco para "fortalecer a solidariedade e a unidade entre as nações contra a invasão de poderes arrogantes" e um indicativo de "fracasso dos complês do regime sionista e do triunfo da diplomacia na República Islâmica."

Fonte: Prensa Latina