Petistas questionam decisão da CPMI não convocar diretor da Veja

Será que a CPMI vai fechar os olhos para os crimes praticados pelo diretor da sucursal da revista Veja, Policarpo Júnior, ou vai atuar de forma isonômica? Esse questionamento foi feito pelo líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), e pelos petistas Emiliano José (BA) e Dr. Rosinha (PR), integrantes da CPMI do Cachoeira, que não pautou, na reunião desta semana, a convocação do jornalista para esclarecer o envolvimento dele com o contraventor Carlos Cachoeira. 

“Há uma espécie de acordo para não botar em pauta a convocação do Policarpo Júnior, apesar de todos os indícios apontados em mais de 73 gravações da Polícia Federal que mostram a relação direta com o crime organizado do Carlos Cachoeira em diálogos não republicanos”, lamentou Jilmar Tatto.

De acordo com o líder petista, a tese da liberdade de imprensa, justificada pelos defensores da não convocação do jornalista, não se sustenta. “Não se trata de liberdade de imprensa ou democratização dos meios de comunicação. Estamos falando de um senhor que atravessou o rubicão (pessoas que tomam decisão arriscada de maneira irrevogável) ao aliar-se ao crime organizado”, sentenciou o líder.

Para o deputado e jornalista Emiliano José, a CPMI precisa responder se tem condições de analisar esse caso de maneira isonômica. “A questão que está posta no caso do jornalista Policarpo Júnior é se a comissão tem condições de analisar o crime de maneira igual ou se o que se chama de instituição jornalística pode praticar crime impunemente ou, ainda, se vamos olhar esses crimes como se nada estivesse acontecendo?”, questionou.

Dr. Rosinha, autor do requerimento de convocação do jornalista da Veja, disse que existe intimidação por parte de “alguns” que utilizam a retórica de cerceamento para não convocar o jornalista. “Será que jornalista é protegido constitucionalmente? Não pode depor em lugar nenhum, mesmo quando suspeito de ter cometido um crime?”, questionou. De acordo com o parlamentar, a comissão não pode ficar protelando esse depoimento com o argumento de proteção da mídia.

Fonte: Informes PT