CPMI: Depoimento de Paulo Preto “blinda” PSDB e nada esclarece 

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), avaliou que o depoimento do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) nada acrescentou às investigações. Segundo o líder petista, Paulo Preto faz parte da “engrenagem” do PSDB e do candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra. Ele prestou depoimento à CPMI do Cachoeira nesta quarta-feira (29).

“O que ele mostrou, na verdade, é que é um quadro do PSDB e por isso não abriu nada. A briga que ele teve com parte da cúpula do partido foi momentânea. O depoimento nada acrescentou. Ele mais blindou do que esclareceu os fatos”, observou Jilmar Tatto.

O líder acrescentou que Paulo Preto, considerado homem forte do candidato tucano José Serra, sempre foi protegido por algumas instituições públicas do estado paulista.

“É voz corrente que houve blindagem total, tanto por parte da Assembleia Legislativa, que impediu a constituição de uma CPI no estado, quanto por parte do Ministério Público de São Paulo em apurar possíveis irregularidades nos contratos, nos aditivos que foram feitos nas obras da Dersa”, disse.

Depoimento

Paulo Preto compareceu à comissão para prestar esclarecimento sobre as denúncias de suspeitas de superfaturamento em obras do Rodoanel e das marginais, bem como sobre a acusação de pressionar o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), em 2010, para liberar recursos para as campanhas de José Serra à Presidência da República e de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo.

Paulo Preto também foi acusado pelo ex-líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), de ter fugido com R$ 4 milhões arrecadados para a campanha presidencial de José Serra em 2010. O ex-diretor da Dersa negou as acusações e disse que só usou a frase: “não se deixa um líder ferido na estrada, sem nada”, como insatisfação à ingratidão de pessoas incompetentes. A essas Paulo Preto mandou um recado: “Os incompetentes devem ter medo de mim”, ameaçou.

O ex-diretor da Dersa foi demitido em 2010, pelo então governador tucano Alberto Goldman.

Explicação

O vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), e o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), defenderam que o Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) esclareçam à comissão a aprovação do aditivo no valor de R$ 264 milhões para a obra do Rodoanel, no estado paulista.

"É preciso que comissão peça explicações para entender com base em que legislação foi assinado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Houve dano ao erário público. O TCU excedeu em suas atribuições", afirmou Paulo Teixeira.

Fonte: Informes PT