Comunistas da Espanha mostram vitalidade na luta

Nos dias, 21, 22 e 23 de setembro, o Partido Comunista da Espanha (PCE) realizou mais uma edição de sua festa nacional. Luisa Barbosa, representante do Partido Comunista do Brasil, único partido brasileiro presente, enviou especialmente ao Vermelho informações sobre este grande evento dos comunistas espanhóis.

A Festa, que aconteceu em San Fernando de Henares, na região de Madri, foi gratuita e reuniu milhares de militantes e amigos do PCE, que participaram de debates, lançamentos de livros e das noites de música.

América Latina

A América Latina foi tema de dois debates na Festa do PCE. Logo no dia de abertura da atividade, a Revolução Bolivariana da Venezuela foi objeto de discussão de especialistas e representantes da Venezuela, do PCE e da Izquierda Unida (IU).

O debate tratou do processo de transição ao socialismo em curso na Venezuela e das eleições presidenciais, que terão lugar no próximo dia 7 de outubro.

O papel da mídia espanhola e venezuelana, na distorção dos fatos e numa campanha anti-Chávez também foi tema do debate.

Segundo Angeles Diez Rodriguez, professora de Sociologia da UCM, "diversas notícias dos jornais na Espanha têm manipulado informações e negado o favoritismo de Chávez nas eleições venezuelanas. A mídia é neste momento um ator político importante que tem feito uma campanha não só contra Chávez, mas contra a soberania da Venezuela".

O debate contou com a participação de Bernardo Herrera, embaixador da Venezuela, Tahina Ojeda, do Instituto Universitário do Desenvolvimento e Cooperação da UCM, Willy Meyer, secretário de Relações Internacional da IU, e deputado no Parlamento Europeu, e Angeles Rodriguez.

No sábado foi a vez de debater a esquerda na América Latina.

O debate também contou com a participação de Willy Meyer, Angel Alzuega, do Partido Comunista de Cuba, Vítor Saareda, do Foro de São Paulo, Costas Ysichos, do Synaspismos da Grécia e Luisa Barbosa, do Partido Comunista do Brasil.

A unidade entre a América Latina e o Caribe e a integração com a esquerda europeia, dentro de uma perspectiva internacionalista, foi o ponto de convergência do debate que teve grande participação do público.

A referencia à Revolução Cubana como símbolo importante da luta anti-imperialista e progressista na América Latina e as manifestações contra o bloqueio econômico foram também muito referidas no debate.

Segundo Willy Meyer, "a esquerda europeia se manifesta sempre muito fortemente contra o bloqueio econômico a Cuba."

O debate também apresentou a experiência latino-americana e caribenha na organização do Foro de São Paulo e sua articulação das forças progressistas de esquerda da região: "O capitalismo não se importará em sacrificar os trabalhadores, a todo tempo, por isso devemos lutar para superar esse sistema. Na América Latina estamos superando, em partes, as mazelas do capitalismo. Nesse sentido, o Foro de São Paulo, cumpre um papel fundamental" destacou orepresentante do Foro de São Paulo, Vítor Saareda.

Participação do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil foi o único partido brasileiro a comparecer na festa dos comunistas espanhóis. Além de participar dos debates e intervir na sessão dedicada à esquerda da América Latina, o PCdoB organizou também um stand que distribuiu o jornal A Classe Operaria e vendeu livros, camisetas e a revista Princípios

Para Luisa Barbosa, do Comitê Estadual do PCdoB-RJ e do Coletivo Nacional de Pós-graduandos, a participação do PCdoB nessas atividades dos Partidos Comunistas da Europa é extremamente importante para fortalecer o internacionalismo e a unidade dos comunistas em todo o mundo: "vivemos um momento muito difícil em toda a Europa, com a crise do capitalismo. O intercâmbio com as experiências progressistas latino-americanas é um alento e um estímulo à luta do povo europeu, para a construção de uma nova realidade"

Ato central

O ato central aconteceu na noite de sábado e contou com milhares de militantes e amigos, sobretudo jovens, de diversas regiões da Espanha.

O ato teve a presença de Julio Serién, prefeito de San Fernando; José Leon , secretário-geral da União da Juventude Comunista da Espanha, Cristina Simó, secretária da mulher do PCE, Daniel Morcillo, secretário-geral do PCE em Madri e José Luís Centella, secretário-geral do PCE.

Os jovens comunistas destacaram em todo o ato, com palavras de ordem e muita combatividade e alegria, a necessidade de mudar o modelo econômico espanhol e construir uma sociedade socialista.

Cristina Simó, secretária da mulher do PCE, destacou a situação da mulher na Espanha frente à crise, os aspectos do desemprego e a maternidade forçada à qual as mulheres espanholas estão submetidas, num cenário em que são colocadas em abandono completo pelo Estado.

José Luís Centella, na sua fala final, dedicou um momento especial para falar sobre a situação latino-americana e especificamente a luta pela libertação dos 5 heróis cubanos e a vitória de Chávez nas eleições da Venezuela.

O secretário-geral do PCE enfatizou também que ganhar a batalha contra a crise e contra o capitalismo é possível e necessário ao mundo hoje. "Nesta festa queremos mostrar a vitalidade do PCE e sobretudo nossa máxima determinação para a luta", finalizou.