Quito: entidades debatem Comunicação Popular na AL

A capital do Equador, Quito, sediou de 17 a 22 de setembro o Encontro Latino-Americano de Comunicação Popular e Bem Viver, que reuniu lideranças dos movimentos sociais, estudantes, professores e intelectuais que lutam pela ruptura com o monopólio da palavra e pela efetivação da verdadeira liberdade de expressão em todos os países do Continente.

Rosane Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), foi escolhida para abrir os debates ao lado de Gerardo Jumi Tapias, da poderosa Coordenação Andina de Organizações Indígenas (CAOI). Sob a moderação de Osvaldo León, da Agência Latino-americana de Informação (ALAI), o tema em destaque será “A agenda social no marco da democratização da comunicação”.

Na oportunidade, Rosane fez uma avaliação da disputa político-ideológica e cultural em curso no Continente, apontando como os grandes conglomerados privados de comunicação têm sido um obstáculo para a efetivação de avanços mais profundos em nossas sociedades. “Se a regra é o cifrão, a informação não flui, pois o filtro é puramente o interesse econômico da meia dúzia de famílias que detém o monopólio do setor e tem laços muito estreitos com o sistema financeiro, as transnacionais e as grandes empresas”, ressaltou.

A sindicalista também discorreu sobre a popularização da campanha do FNDC “Para expressar a liberdade” e da necessidade da conformação da mais ampla frente para garantir mudanças na legislação, a fim de “oxigenar o setor e democratizar a palavra”.

Para a Associação Latino-Americana de Educação Radiofônica (ALER), entidade que coordena o evento, “o debate atual em torno do papel da comunicação popular na construção do bem viver no continente não é apenas uma necessidade, mas também um compromisso com o processo histórico que vivemos, através de uma construção coletiva com a contribuição de todas as visões e as vozes dos que fazemos a comunicação em todo o território da América Latina e o Caribe”.

O encontro contou com mesas de exposição e análise de experiências comunicativas, palestras, fóruns e workshops para a geração de agendas político-comunicativas. Conforme a convocatória, “serão dias em que viveremos a festa das palavras, sons, imagens e, sobretudo, a magia da rádio e da comunicação popular”.

Fonte: Portal da CUT