BC espera US$ 82 bi em investimentos no país em 2012

Dados divulgados nesta quarta-feira (26), pelo Banco Central, mostram que aumentou em 50% a previsão de ingresso de investimentos estrangeiros no país em 2012 em relação à estimativa feita há três meses. De acordo com a instituição, e apesar da crise, os investidores continuaram confiantes no país no que se refere a projetos de longo prazo.

Ao todo, o BC espera US$ 82 bilhões em investimentos no País em 2012.

De acordo com o BC, a previsão para os investimentos estrangeiros diretos (IED) em empresas brasileiras, por exemplo, subiu 20%, para US$ 60 bilhões. Com essa nova previsão, o Brasil terá agora recursos para cobrir com folga, pelo quinto ano seguido, o resultado negativo do País nas suas transações de bens e serviços com o exterior, que foi revisto para baixo pela instituição, para US$ 53 bilhões.

"A avaliação sobre o Brasil continua positiva, e o melhor indicador sobre isso são os fluxos de IED, que não tiveram uma mudança de comportamento, a despeito das adversidades", afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

Otimismo

Em entrevista à imprensa, o economista do BES Investimento do Brasil, Flávio Serrano, disse que o BC parece ter se convencido de que a crise internacional não será tão prejudicial aos investimentos como se pensava.

"Talvez o BC tenha sido conservador em suas projeções anteriores, pois a crise externa indicava contração dos investimentos. "Mas os dados foram mostrando uma dinâmica mais consistente e forte que o obrigou à revisão para cima". 

Já a estimativa para entrada de empréstimos externos acima de um ano, também classificada pelo BC como investimento, passou de apenas US$ 100 milhões para US$ 9,1 bilhões. Em junho, o governo zerou o IOF para captações entre dois e cincos anos, que estava em 6% desde março.

Tsunami de recursos?

Apesar de prever entrada maior de dólares, o BC evita falar em "tsunami" de recursos, expressão utilizada pela presidenta Dilma Rousseff para falar da migração de dólares do exterior em busca de rentabilidade maior no Brasil. Até porque a previsão da instituição para entrada de dinheiro para a Bolsa de Valores e renda fixa, somada, ficou praticamente inalterada, em US$ 12 bilhões.

Com informações do Jornal Estado de São Paulo