Operações de crédito, no Brasil, chegam a 51% do PIB

Em agosto, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a 2,211 trilhões de reais, informou nesta quarta-feira (26) o Banco Central (BC). Em relação a julho deste ano, houve elevação de 1,2% e em 12 meses, de 17%.

Dinheiro

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) o crédito correspondeu a 51%, ante 50,8% em julho e 46,6% em agosto de 2011.

Este resultado é favorável à economia pois, ao manter o mercado aquecido, mantém a economia em funcionamento, ajudando a manter o nível de emprego e a renda dos trabalhadores.

“As operações de crédito do sistema financeiro apresentaram, em agosto, ritmo de expansão superior ao observado no mês anterior, em ambiente de redução de taxas de juros e spreads [diferença entre taxa de captação e a cobrada dos clientes] bancários e estabilização dos índices de inadimplência”, diz relatório do BC.

Os bancos públicos devem puxar a expansão do crédito este ano, de acordo com a projeção do Banco Central (BC). As estimativas apontam que os bancos públicos devem apresentar expansão de 24%, este ano, ante a projeção anterior de 21%.

Os bancos privados nacionais elevaram a concessão de crédito em 10%, a mesma previsão anterior, enquanto os estrangeiros devem mostrar crescimento de 13%, em 2012, repetindo estimativa anterior.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, nos últimos meses foi observada “expansão mais expressiva” dos bancos públicos em relação aos privados. “Em momentos de incertezas, os bancos públicos têm sido mais atuantes na concessão de crédito do que os privados”, disse.

Em agosto, o saldo das operações do crédito dos bancos públicos chegou a R$ 1,011 trilhão, enquanto dos privados nacionais ficou em R$ 828,279 bilhões e os estrangeiros, R$ 370,835 bilhões.

Juros menores para famílias e empresas

De acordo com os dados divulgados, a taxa de juros para as pessoas físicas caiu 0,6 ponto percentual, para 35,6% ao ano, de julho para agosto. No caso das empresas, houve redução de 0,5 ponto percentual, para 23,1% ao ano. Com isso, a taxa média de empresas e pessoas físicas ficou em 30,1% ao ano, o menor nível da série histórica do BC, iniciada em 2000.

O spread (diferença entre os juros que o banco paga quando toma dinheiro emprestado e o que ele cobra ao fazer empréstimos) caiu 0,7 ponto percentual e chegou a 27,7 pontos percentuais para as pessoas físicas. No caso das empresas, houve queda de 0,3 ponto percentual e o spread chegou a 15,7 pontos percentuais.

A inadimplência (como são considerados os atrasos superiores a 90 dias) das famílias permaneceu em 7,9%. As empresas apresentaram taxa de inadimplência de 4,1%, aumento de 0,1 ponto percentual em relação a julho.

De acordo com Maciel, a maior expansão do crédito dos bancos públicos não é preocupante porque as taxas de inadimplência dessas instituições são baixas. Ele acrescentou que o crescimento será puxado por crédito imobiliário e consignado.

Lentamente, o esforço oficial pela redução nos juros vai chegando para as famílias e para as empresas. Os juros do crédito pessoal, incluídas operações consignadas em folha de pagamento, tiveram redução de 0,5 ponto percentual, para 39,4%. A taxa para a compra de veículos também apresentou redução de 0,5 ponto percentual e ficou em 20,5% ao ano.

A taxa média de juros do cheque especial caiu 2,4 pontos percentuais de julho para agosto, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira (26). Apesar da queda, a taxa ainda é alta – ficou em 148,6% ao ano.

Taxa média de juros para famílias e empresas atinge menor nível da série histórica do BC. As taxas de juros das operações de crédito continuaram a cair em agosto, com inadimplência estável, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC).

Com informações da Agência Brasil