Governo reacionário moldavo proíbe simbolos comunistas
Lei aprovada por governistas no parlamento é contestada por Partido Comunista, principal grupo político do país e hoje na oposição.
Publicado 04/10/2012 16:39
A partir do dia 1º de outubro todo e qualquer símbolo comunista está proibido na Moldova, país da Europa Oriental que entre 1940 e 1991 era uma das 15 repúblicas que compunham a União Soviética, então com o nome de República Socialista Soviética da Moldávia.
De acordo com o site italiano Osservatorio Balcani e Caucaso, a lei aprovada em julho pelo parlamento moldavo foi contestada pelo Partido Comunista, o principal grupo político do país, hoje na oposição.
Os parlamentares comunistas abandonaram a votação em protesto e o partido entrou com recurso contra a lei na Corte Constitucional. O Partido Socialista também se opôs e votou contra a aprovação da lei, que acabou passando graças aos votos da maioria governista.
Segundo a nova lei, fica proibido o uso de símbolos comunistas, como a foice e o martelo, para fins políticos e de propaganda. O principal atingido pela medida é de fato o Partido Comunista, que deverá mudar seus símbolos ou estará proibido de participar das próximas eleições.
"É uma medida que dilacera a sociedade moldava, porque muitos recordam com carinho o período socialista", afirmou Vladimir Voronin, presidente do Partido Comunista moldavo.
"Não é mais um parlamento, é um manicômio", protestou, declarando-se muito irritado com o que acredita ser uma ação premeditada contra o seu partido.
Voronin anunciou porém que o partido não tem nenhuma intenção de respeitar a polêmica lei. "Esses símbolos não refletem somente a ideologia do partido, mas têm raízes históricas na luta contra o fascismo."
Os representantes do governo reacionário pretendem também desmontar todos os monumentos e símbolos que homenageiam os líderes da Revolução Russa e os herois da Grande Guerra Patriótica, como os soviéticos denominam a Segunda Guerra Mundial.
"Os apoiadores do Partido Comunista se oporão com todas as forças ao abatimento de monumentos construídos em reconhecimento aos soldados da Segunda Guerra Mundial", declarou Grigore Petrenco, deputado comunista.
A sociedade moldava continua bastante polarizada, e vários monumentos soviéticos foram vandalizados recentemente por militantes fascistas, acobertados pelas novas autoridades reacionárias que comandam o país.
Com informações do Diário Liberdade